“Corra que o futuro vem aí”: tecnologia e meio ambiente no Carnaval 2018


Carnaval também é arte e cultura. Não é raro que as escolas de samba proponham ao público uma reflexão sobre o tempo e a situação em que vivemos, seja sobre o âmbito social que cultural, sempre tentando inovar para surpreender o povo. E em 2018 não será diferente!

Em compasso com as questões mais atuais, este ano, as escolas de samba do grupo especial do Rio de Janeiro querem mostrar a importância da cultura popular, do respeito à diversidade de gênero, religiosa, sexual e étnica, além de alertar para a questão ambiental.

“Corra que o futuro vem aí”

Por exemplo, a Unidos da Vila Isabel propõe em seu samba-enredo intitulado “Corra que o futuro vem aí”, um tema muito importante para nossa reflexão, que é a relação entre tecnologia e meio ambiente.

Bem, na verdade o futuro que será cantado pela escola na avenida já é bem presente. O carnavalesco da escola, Paulo de Barros, projetou mostrar para o público que no futuro, ou melhor, no presente, é preciso preocupar-se com a preservação da natureza e com a geração de energia limpa.

O alerta da Vila Isabel será feito pela apresentação das trajetórias das descobertas e invenções tecnológicas pelo homem e os seus impactos no meio ambiente: o futuro da espécie humana depende da conservação ambiental. A história da tecnologia desenvolvida pelo ser humano é entoada em descobertas como os moinhos, as grandes navegações, os meios de comunicação e as ciências, de um modo geral.

Como sabemos, os avanços tecnológicos que até então alcançamos, fizeram com que conquistássemos muitas vitórias, a erradicação de várias doenças, a comunicabilidade remota entre tantas outras maravilhas. Porém, tais maravilhas têm um custo enorme que quem está pagando é a Natureza. Por isso, devemos tomar as rédeas deste avanço científico, para preservar nossas vidas.

“Hoje pensar em ciência

É ter consciência do que está por vir

Então pra que desistir?

Corra que o futuro vem aí”

E isso tem a ver também com um outro tema, a robotização em substituição do homem e a precarização dos direitos trabalhistas, um tema bastante atual e que será desfilado pela escola Paraíso do Tuiuti com o seu samba-enredo: “Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?”.

A escravidão dos dias de hoje

Oficialmente, nós sabemos que a escravidão foi extinta e é considerada uma violação dos direitos humanos. Entretanto, sabemos que a escravidão moderna ganhou outros contornos: crianças trabalham em carvoarias no nordeste brasileiro e na indústria têxtil na China, sem falar a questão da imigração na Europa, que vem transferindo de um país a outro hordas de desempregados.

“Meu Deus! Meu Deus!

Se eu chorar não leve a mal

Pela luz do candeeiro

Liberte o cativeiro social”

Outras escolas apresentarão outros temas variados e também atuais como por exemplo o papel e a força da mulher na história da civilização.

Agora, confira nos vídeos abaixo, o samba-enredo da Vila Isabel e o do Paraíso do Tuiuti, os quais falamos neste artigo:

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Foto: Wikipedia




Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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