Origem e História do Halloween. Por que Há Bruxas e Fantasmas?

O Halloween, também conhecido como Dia das Bruxas, é uma celebração associada à cultura norte-americana, mas que se espalhou e é comemorada em várias partes do mundo. Nos Estados Unidos, o Halloween é um feriado oficial e uma das datas mais aguardadas do ano.

No Brasil, geralmente, realizam-se festas e bailes a caráter, com fantasias de bruxas, fantasmas, múmias e afins. Nos EUA, a tradição comemorativa, desta data, acontece com as pessoas indo, de porta em porta, atrás de doces, além de decorar as casas com enfeites assombrados, fantasmagóricos e bruxescos.

A Origem do Halloween

O Halloween deriva do festival celta chamado Samhain (termo que significa “fim do verão”) e tem sua verdadeira origem no Reino Unido. A comemoração do Samhain durava três dias, a partir do dia 31 de outubro. O Samhain fazia alusão ao “reino dos mortos”, os celtas tinham a crença que no último dia do verão (31 de outubro), os mortos vinham para o mundo dos vivos e, para afastar estes fantasmas, eles colocavam, nas casas, objetos e adornos para espantá-los.

As celebrações milenares e ancestrais que deram origem ao Halloween, ocorriam com fogueiras. No festival de Samhain se faziam fogueiras e, também, se celebrava a época de boas colheitas e abundância de alimentos.

Na Idade Média, esta festa passou a ser chamada de Dia das Bruxas, devido à Igreja Católica considerar a comemoração um ato de heresia (anticristão) e, aqueles que festejassem a data, eram perseguidos e condenados à fogueira pelo Tribunal da Inquisição.

Para diminuir as influências pagãs, na Europa Medieval, a Igreja Católica instituiu a data do Dia de Finados (2 de novembro).

O papa Gregório III, em meados do século VIII, mudou as data do Dia de Todos os Santos, que acontecia em 13 de maio, para o dia 1º de novembro e, com isso, a comemoração do Festival do Samhain, acabou precedendo essa data.

É possível que o Papa Gregório III e o seu sucessor, Gregório IV, instituíram a data de celebração do Dia de Todos os Santos, como obrigatória, com o objetivo de “cristianizar” o festival pagão do Samhain.

Independente dos motivos, a nova data, para este dia, provocou aproximação e a unificação da celebração cristã dos santos e com a do Samhain.

Como a comemoração do Samhain antecedia o Dia de todos os Santos, passou, originalmente, a ser chamada por “All Hallows’ Eve.

A palavra Halloween deriva de “All Hallows’ Eve”.

“Hallow”, é um termo antigo, que quer dizer “santo”, e “eve” significa “véspera”.

Até o século XVI, o termo fazia referência à noite anterior ao Dia de Todos os Santos, celebrado em 1º de novembro.

A etimologia dessa denominação, na prática, na atualidade, já não tem a mesma conotação.

A Evolução do Halloween

O Dia das Bruxas que conhecemos hoje em dia, foi assumindo as características atuais, no período entre 1500 e 1800.

As fogueiras que eram utilizadas pelos celtas, na antiguidade, no Samhain, se tornaram símbolo popular no Halloween e marcavam os seus festejos.

As fogueiras eram usadas na queima do joio (que, para os celtas, celebrava o fim da colheita no Samhain), mais tarde, se tornou símbolo da purificação das almas cristãs, no purgatório ou de proteção contra bruxaria e a peste negra.

Outra prática que acontecia no Halloween era o de fazer previsão do futuro, nesse dia, se faziam simpatias e rituais de adivinhação. O escocês Robert Burns, em seu poema Halloween, escrito em 1786, conta as formas com as quais uma pessoa jovem poderia saber quem seria seu grande amor.

A comida era um fator importante do Halloween, como em outros festivais. Uma das prática do festejo do Halloween envolvia crianças que iam, de casa em casa, cantando rimas ou fazendo orações para as almas dos mortos. As crianças, em troca, recebiam bolos de boa sorte, que representavam o espírito de uma pessoa livre do purgatório.

Igrejas de paróquias tocavam seus sinos, às vezes, por toda a noite.

A prática era tão agitada e barulhenta que o rei Henrique III e a rainha Elizabeth tentaram extingui-la, mas não conseguiram. Mesmo com desagrado dos monarcas o ritual prosseguiu, apesar das multas, que foram instituídas por eles, à quem realizasse o festejo.

O Halloween nos Estados Unidos

Na Irlanda, em 1845, durante o período da “Grande Fome”, 1 milhão de pessoas imigraram para os Estados Unidos, e vieram trazendo sua história e tradições. Em 1870, uma revista feminina norte-americana publicou uma reportagem em que descrevia o Halloween e o definia como feriado.

O Dia das Bruxas, nos Estados Unidos, realizava as mesmas brincadeiras do Halloween do Reino Unido.

As maçãs eram utilizadas para previsão do futuro pelos britânicos.

Nos EUA, as maçãs foram transformadas em cidra, bebida servida junto com rosquinhas ou “doughnuts”(em inglês).

O milho, importante produto da agricultura americana, acabou sendo inserido como símbolo do Halloween norte-americano.

No início do século XX, os espantalhos, típicos das plantações de milho, eram usados como decoração do Dia das Bruxas.

A tradição de usar a abóbora, entalhada com uma cara, como símbolo de decoração do Halloween, surgiu nos EUA.

No Reino Unido, o legume que, geralmente, era “entalhado” ou esculpido era o “turnip”, um tipo de nabo.

As luminárias confeccionadas com abóboras, na decoração do Halloween, tiveram sua origem de uma antiga lenda irlandesa sobre um ferreiro chamado Stingy Jack, que foi mais esperto que o diabo e conseguiu escapar do Inferno, passando a vagar como alma penada, segurando uma luminária feita de carvão em brasa, dentro de um nabo, com a finalidade de iluminar seu caminhos na escuridão dos submundos.

A tradição moderna de “doces ou travessuras”, surgiu, também, nos Estados Unidos.

Nas tradições medievais para as brincadeiras se utilizava repolhos.

A tradição mais popular do Halloween, é a de usar fantasias e pregar sustos.

O Halloween no Brasil

No Brasil, o hábito de festejar o Halloween foi se tornando comum por influência dos filmes e seriados norte-americanos. Em nosso país, desde 2003, na mesma data do Halloween, se celebra o Dia do Saci, comemoração instituída, a partir um projeto de lei que visa resgatar o folclore brasileiro, em contraposição ao Dia das Bruxas, que não tem raízes na cultura brasileira.

Há aqueles que são contra a comemoração do Dia de Halloween e, algumas comunidades religiosas  condenam sua celebração, por ser um festejo de origem pagã e/ou porque utilizam símbolos que, segundo suas crenças religiosas, são considerados maléficos e negativos.

Os Símbolos do Halloween

O Halloween cujas raízes estão associadas à morte, traz à tona elementos e figuras relacionados com o tema.

No Halloween moderno os símbolos comuns desta comemoração são: fantasmas, bruxas, zumbis, caveiras, monstros e personagens como Drácula e Frankenstein.

Nem todos os símbolos são assombrosos ou causam medo, alguns têm relação com a noite, o oculto e o mistério, já que são aspectos relacionados com o além-vida, alguns destes símbolos são: coruja, gato preto, Lua, magos, fogueira e caldeirão.

A Popularidade do Halloween

O Halloween ganhou uma projeção tão grande, que, atualmente, é comemorado, até, na China.

O aumento da popularidade do Halloween, em outras culturas e em vários países, se deve ao fato de mexer com o imaginário, através das brincadeiras, decorações e fantasias, não só de crianças, mas de jovens e adultos.

Outro fator que contribui para que o dia do Halloween seja atrativo para as pessoas é que, com a comemoração, elas saem do convencional e quebram a rotina, se unem para organizar, decorar e realizar esta festa que é marcada por alegorias e mistério, dando vazão ao lado oculto, sombrio, e, até, desconhecido, do ser humano, exteriorizando vários arquétipos de nosso inconsciente.

O Dia de Halloween

E, por falar em Halloween, dia 31 de Outubro é a data da sua comemoração, e ela está chegando!

Você irá comemorar?

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