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Em uma iniciativa ousada e criativa, a música, a reciclagem e a consciência foram unidas na obra “chocalho colossal”, um instrumento gigante criado por Marcelo Gularte, músico e cineasta de 40 anos.
A ideia foi chamar a atenção para os impactos danosos do lixo para o meio ambiente e também sobre a comunidade de Mangueiral, onde desenvolveu suas pesquisas musicais com a reutilização de objetos que seriam descartados no lixão. A obra conta com 15.000 tampas plásticas e é sustentada por 113 cordas de nylon, tendo um peso total de 65 quilos.
Marcelo relata que um dos motivos da obra foi também homenagear o artista Hermeto Pascoal, pois é “um grande experimentador dessa linguagem alternativa musical”. Os dois gênios da arte lado a lado na foto entram em sutil harmonia enquanto o impressionante instrumento revela sua grandeza inspiradora ao fundo.
A criação do instrumento gigante foi complexa e exigiu precisão. O tamanho das tampas e das cordas precisaram ser combinados para que Marcelo pudesse atingir diferentes frequências com o instrumento “a (tampa) de amaciante, por exemplo, faz uma caixa sonora com a de pasta de dente. Com o vento, uma vai batendo na outra” explica.
A obra invetiva e artística de Marcelo não conta apenas com o instrumento gigante. Seus feitos seguem sempre a consciência da reutilização e linguagem da sociedade urbana no contato com a arte: “Se um banjo fosse feito na África, teria os elementos da natureza que se encontram naquele território. Mas, vivendo em áreas urbanas onde os agentes poluentes são predominantes, os elementos mudam”, explica ao definir a necessidade de reutilização.
Sempre que cria algum instrumento, Marcelo busca se basear naqueles que já existem, mas sem copiá-los. O importante no momento do processo inventivo é a busca pelo conceito, segundo Marcelo. Como referência, o atumbor é um tambor criado a partir de latas de atum e pedaços de garrafas. Criou ainda um pandeiro com “couro” de PET. Isso, no entanto, não é de agora. Marcelo já é largamente conhecido na região por seus dotes imaginativos ao criar fascinantes instrumentos musicais.
Com o projeto, Marcelo faz a união de fundamentos importantíssimos para a humanidade. A música, enquanto arte, causará o fascínio e fruição da execução, enquanto consequentemente abordará a real necessidade de reciclagem numa tentativa de impedir tanto o consumo quanto o desperdício desenfreados.
Marcelo relata ainda que o projeto foi extremamente oportuno, pois não havia nenhuma outra forma de chamar a atenção para eventuais problemas ambientais causados pelo lixo. Não contou com patrocínio para o “chocalho colossal, uma instalação que fundamentalmente mantém viva a identidade do Ponto de Cultura“. O belo instrumento pode ser visto, e o melhor, tocado por todos na Areninha Carioca Hermeto Pascoal, um dos homenageados no projeto.
Uma obra plena que se comunica através da linguagem universal, a música, para entregar à sociedade a importante mensagem da preservação. O estímulo e o encorajamento da música praticado pelo instrumento gigante criado por Marcelo é uma das bases para o desenvolvimento artístico e cognitivo, duas faculdades de suma importância para a vida.
Por ser um instrumento atrativo sonora e visualmente, “chocalho colossal” pode ser considerado um enorme passo na evolução de consciência daqueles que o contemplam. A plena união da necessidade de reutilização através da música expressada nesta obra certamente virá a favorecer a sociedade e a vida como um todo. Que maravilhoso seria se todos, de alguma forma, pudessem contribuir com o mundo através da arte. Basta querer.
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Categorias: Arte e Cultura, Viver
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