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Coisas diferentes existem em todas as culturas. Esta é a maravilhosa diversidade da humanidade. Cada povo, em suas origens, regiões e filosofia de vida, expressa a sua essência de forma esplendorosa. Cabe a nós, de outras culturas, sabermos aproveitar das diferenças e nos beneficiarmos das emoções diversas que é ser um “ser humano”, não é?
Assim me deparei eu com a haka neozelandesa, dança forte, intensa, que mostra o prazer e a dignidade de se pertencer a um povo, uma etnia, a Maôri.
A haka é uma dança, demonstração de força e integridade, que os neozelandeses de origem Maôri faziam em frente aos seus inimigos, para amedrontá-los. Uma dança de guerra e respeito. Só se dança assim perante inimigos que podemos respeitar, dizem eles.
Mas também é uma dança feita em homenagem a visitantes importantes ou mortos guerreiros.
Muitos vídeos nos mostram hoje como é a haka, que ainda é dançada desde 1920, com fé, em todos os jogos de rúgbi, modalidade esportiva onde a Nova Zelândia é campeã.
Esses dias apareceu na internet um vídeo onde a haka foi dançada pelos parentes do noivo, em homenagem a sua noiva, na festa de casamento.
Emocionante. Vale a pena ver, sentir.
A haka é uma coreografia variada, que tem uma base única, em gestos e cantos. Palavras de exaltação, “puxar o fogo da terra e juntá-lo ao fogo do espírito” é a sua base energética que é feita através de batidas de pés, ritmadas, no chão e tapas nas coxas, no peito, nos braços, que mostram a força guerreira de uma nação.
Os homens dançam e cantam, diante daqueles a quem se apresentam e suas mulheres, lhes secundam as vozes, protegidas às suas costas.
Olhos saltados, línguas à mostra, cantos fortes que falam de morte, de vida, de fogo, de espírito. É a força de uma nação que se preza como unidade cultural.
Desde os primeiros encontros dos Maôris com os missionários e colonizadores, a haka sempre pautou que tipo de contato, de não submissão, o povo originário da Nova Zelândia aceitava ter.
Na haka, o líder do grupo puxa o canto, os homens respondem e dançam, as mulheres lhes secundam os gritos. Veja abaixo um exemplo deste canto com sua tradução:
Ringa Pakia (Bata as mãos contra as coxas!)
Uma tiraha (coloque o peito pra fora!)
Turi whatia (Dobre os joelhos!)
Hope Whai ake (Deixe o quadril seguir!)
Waewae takahia kia kino (Bata os pés o mais forte que você pode!)
Ka mate! Ka mate! (Vou morrer? Vou morrer?)
Ka ora! Ka ora! (Vou viver? Vou viver?)
Ka mate! Ka mate! (Vou morrer? Vou morrer?)
Ka ora! Ka ora! (Vou viver? Vou viver?)
Tenei te tangata puhuruhuru (Veja! Lá está o homem cabeludo)
Nana nei i tiki mai, whakawhiti te ra! (Que vai fazer o sol brilhar!)
A, hupane! A, humane! (Um passo para cima)
A, hupane! A, humane! (Outro passo para cima)
Whiti te ra (O sol brilha!)
Veja alguns vídeos e se encante. É força pura, da natureza humana, força de ser-se humano, gente, guerreiro.
Aqui uma representação de como sería a haka em tempos de colonização:
E na recepção de um presidente da República, também a haka e o cumprimento ritual, nariz com nariz, um mimo:
Alunos de uma escola secundária dançando a Haka:
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Fonte foto: newzealand.com
Categorias: Arte e Cultura, Viver
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