Suzana Jardim, Za’za, como ficou conhecida, sempre se interessou por arte, pinturas, esculturas. Tudo isso sempre pareceu algo totalmente intrínseco a ela, que desde pequena, já escrevia poemas e tinha contato íntimo com o papel – que mais para frente seria o grande sustentador de sua carreira.
Aprendeu a manusear o papel artesanal com Diva Buss, que, há mais de trinta anos vinha estudando as fibrilas deste material. Com isso, Za’za potencializa os conhecimentos que já possuía sobre o material e cria o Papiro Brasileiro: material elaborado a partir das fibrilas presentes no papel, que é um papel texturizado e denso, o que lhe permite de ser manuseado também para fazer esculturas. Disso também se originou a argila celulósica, que é um desdobramento da mesma matéria-prima, e o melhor: totalmente sustentável.
É possível dizer que quase a totalidade da obra de Suzana se baseia em conceitos de reciclagem e reaproveitamento: ela utiliza papeis descartados para criar o seu Papiro e assim desenvolver a sua arte. Ela também incorpora elementos que antes pareciam pouco prováveis de se ver em qualquer outro lugar que não a lata do lixo: no projeto Biotuca, a artista utilizou partes reaproveitáveis de bitucas de cigarro para a criação de suas obras, juntando essas com papéis porosos para obter o resultado desejado.
A artista é renomada internacionalmente, tendo já realizado exposições em lugares importantes do mundo da arte como a França (Limousin e Carrousel du Louvre).
O trabalho de Za’za com o papel artesanal e materiais descartados é de suma importância para expandir a consciência sobre a real abrangência da arte, assim como a consciência sobre os conceitos de reaproveitamento e ecologia.
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Fonte fotos: artmajeur.com
Categorias: Arte e Cultura, Viver
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