Índice
Hoje as mulheres refugiadas são 30% de todas as pessoas nesta situação, no Brasil. Vêm de diferentes países e culturas, fogem da morte, buscam a paz.
ser refugiada é ser livre
refúgio é sabedoria
refúgio é incerteza
é legitimamente aquilo que cada uma dessas mulheres sentem.
escutemos.
(assim escreveu Cristina de Branco em seu post, e ela tem toda a razão)
Ser mulher já é difícil, em qualquer lugar do mundo, em uns mais do que em outros. No Brasil, ser mulher é difícil, ser mulher e refugiada, muito mais. Elas chegam aqui com histórias de fuga, de luta, de perda. A gente nem imagina o tamanho dos medos, dos traumas, das tristes realidades vividas lá, em sua terra, no caminho de refugiados, nesta, terra de adoção.
Nós, brasileiros, que dizemos sim, somos receptivos, não sabemos, na verdade, o quanto é duro para uma mulher refugiada chegar aqui, e conseguir se levantar, recriar seu mundo, estabelecer sua identidade, sem ser engolida pela agressão tida como natural em uma sociedade culturalmente machista, e segregacionista. Sim, nossa sociedade é assim mesmo: machista e segregacionista.
O “Vidas Refugiadas“, da jornalista Gabriela Cunha Ferraz em parceria com o fotógrafo Victor Moriyama, começa hoje, 7/3. Seu lançamento é no café da Livraria Fnac da Avenida Paulista, em São Paulo e abre com uma exposição fotográfica sob a curadoria de Cristina Veit.
Uma exposição fotográfica que reúne 16 imagens, belas, significativas, de história de mulher, que apresentam a vida, dia a dia,
Junto no projeto, a experiência da jornalista Gabriela Cunha que, durante um ano acompanhou a vida de mulheres vítimas de violência sexual na República Democrática do Congo, que se envolveu, quando voltou ao Brasil, com uma organização que acolhe refugiados, em São Paulo e reuniu mais de 500 histórias de mulheres valentes, sofridas, que lutam por um futuro digno, dentre estas, das mulheres retratadas por Victor Moriyama: Jeanete, Maria, Vilma, Nkechinvere Jonathan, Alice Bayili, Mayada, Sylvie e Aichata.
“Com este trabalho, conhecemos de perto a história pessoal destas admiráveis guerreiras na luta por uma vida digna dentro de um contexto extremo e predominantemente masculino”.
“O carinho e a abertura dessas mulheres possibilitaram uma intimidade magnífica com sua força, que levarei para a vida toda”, conta o fotógrafo.
Após a abertura da exposição terá lugar um debate, mediado pela jornalista, onde estarão presentes o Secretário Nacional de Justiça, Beto Vasconcelos, o representante da ACNUR – Agência da ONU para Refugiados, Agni Castro Pita, e a nigeriana Nkechinyere.
Nkechinyere é professora. Foi ela a professora das meninas sequestradas pelos terroristas do Boko Haram no Norte da Nigéria, que precisou fugir de seu país, sozinha, sem o marido e os quatro filhos, para salvar sua vida.
Então, vá até lá, prestigie, admire, aproveite:
Abertura dia 7/3, às 19h, Café da Livraria Fnac – Av. Paulista, 901, 2º. andar, Jardins, São Paulo, São Paulo. A entrada é gratuita, das 10h às 22h, durante todo o mês de março, dentro das celebrações do Mês da Mulher.
As refugiadas são mulheres que não tiveram outra opção senão abandonar suas histórias e locais de pertencimento para salvar sua vida ou preservar direitos fundamentais, como a liberdade.
Mulheres que seguem em busca da liberdade de serem mulheres.
Leia também:
MULHER QUE É MULHER… LUTA POR SUA DIGNIDADE, RESPEITO E VIDA
Fonte: https://nacoesunidas.org/em-sp-exposicao-fotografica-retrata-cotidiano-de-mulheres-refugiadas-no-brasil/
Categorias: Arte e Cultura, Viver
ASSINE NOSSA NEWSLETTER