Férias chegando… no óleo. Dá pra cancelar a viagem? O que fazer?


O nordeste brasileiro é um dos destinos turísticos mais buscados, sobretudo, no verão por causa de suas belas praias. Muitas pessoas já haviam organizado sua viagem de férias antes das manchas de óleo chegarem à região. E agora? O que fazer?

O desastre ambiental que tomou conta das praias no nordeste – e agora sudeste do Brasil – afeta não apenas a biodiversidade e a vida dos moradores dos locais afetados pelas manchas de óleo. Aqueles que tinham se programado para passar as férias de fim de ano nesses litorais, assim como os empreendedores de todo tipo que vivem do turismo nestas regiões, estão sem saber como agir diante desse imprevisto.

No início, quando as manchas de óleo começaram a aparecer mas ainda não tinham tomado a dimensão que tomaram – até agora já são 409 praias afetadas – o presidente Jair Bolsonaro havia declarado que os prejuízos ao turismo eram certos:

“Se eu estivesse em viagem para lá, a gente não iria”, admitiu.

Hoje, embora não se saiba ainda o tamanho do prejuízo que o turismo no nordeste vai sofrer com a poluição das praias, as autoridades dizem que medidas estão sendo tomadas e, por isso, as viagens não devem ser canceladas. Entretanto, esse não é o ponto de vista do Ibama, que alerta para os riscos que o contato do óleo com a pele podem causar, como informou a Gazeta do Povo.

Comprei um pacote turístico. E agora?

Quando você compra um pacote turístico de uma agência, ele é regido por um contrato. Então, a primeira coisa a fazer é lê-lo e conversar com a empresa contratada para saber quais são os direitos previstos e as sanções em casos de cancelamento.

O problema é que, geralmente, desastres ambientais não são de responsabilidade da empresa e, portanto, o valor dos pacotes não seria reembolsável.

O Procon orienta os consumidores a tentar negociar diretamente com as agências um acordo, já que eles também não têm culpa da ocorrência do problema ambiental.

Um dos principais complicadores tanto para as empresas como para os consumidores é a falta de clareza sobre o que realmente está acontecendo. Não é sabido ao certo quais são as praias atingidas, quais estão limpas e qual é a quantidade de óleo que as afeta.

O site Viaje na Viagem sugere para quem ainda não decidiu ir para o nordeste adiar a viagem para outra oportunidade. Entretanto, quem já organizou toda a viagem deve ter paciência levando em conta que: as praias estão sendo limpas; os efeitos das manchas são variáveis e locais próximos podem ser um refúgio; a dificuldade de achar notícias sobre o local específico a ser visitado pode ser um sinal positivo, por não haver manchas recentes.

Mas, se você não quiser correr o risco, o melhor mesmo é buscar um acordo com quem vendeu a você o pacote, a fim de tentar remarcar uma nova data ou a devolução do dinheiro sem multas rescisórias abusivas. Se a empresa não estiver disposta a entrar em acordo, procure o Procon e faça uma reclamação ou solicite orientação. O telefone do órgão é o 151.

Como saber se uma praia foi atingida?

Certamente, conhecer a situação do seu destino é fundamental para tomar a decisão de manter ou cancelar a viagem.

O site do Ibama divulga, regularmente, balanços sobre as praias atingidas, de acordo com o G1, que também tem acompanhado a situação das praias, de acordo com a lista do órgão ambiental.

O Ibama organizou as localidades em quatro categorias:

  • Oleada com manchas: a porcentagem da cobertura de óleo no local analisado varia de 11% a 50%
  • Oleada com vestígios/esparsos: a porcentagem da cobertura de óleo no local pode ser inferior a 1%, chegando a, no máximo, 10%
  • Não observado: localidades onde o óleo não era mais visível na última análise
  • Em limpeza: locais que estão em processo de limpeza, seja pelas autoridades, seja pela população.

Quando for checar as condições da praia, além de levar em conta essas categorias, deve ser observada a data do último boletim. Em Sergipe, por exemplo, 17 praias que haviam sido consideradas limpas apresentaram reincidência de manchas de óleo.

Quais são as expectativas?

O G1 conversou com alguns especialistas que afirmaram não ser possível prever a origem do óleo. Consequentemente, não há como dizer o que vai acontecer no futuro.

Uma das hipóteses que vem sendo admitida é de que esteja havendo um deslocamento abaixo da superfície, impedindo que projeções sejam feitas.

De acordo com o Ibama e a Marinha, o número de localidades atingidas se mantém estável.

Considere outros destinos

Se você ainda não decidiu o que fazer nas próximas férias, considere conhecer as praias do Sul, algum parque estadual com cachoeiras ou capitais que podem oferecer uma programação cultural.

O Brasil é vasto e repleto de atrações interessantes para as mais diversas curiosidades.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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