Na Índia, os antigos poços em degraus que estão desaparecendo


Dos simples barris que coletavam a água da chuva à construção de verdadeiros aquedutos, ao longo dos séculos, os homens tiveram que se esforçar para recolher e usar uma das fontes mais valiosas do planeta: a água.

Fascinantes exemplos de como é possível combinar funcionalidade com estética são os poços em degraus, stepwells em inglês, e baoli, baori, baudi, bavari ou vav, nos diferentes nomes dados em diferentes localidades.

São verdadeiros poços subterrâneos feitos em degraus, escondidos das agitações turísticas em algumas cidades no país asiático. A maioria desses poços estão localizados nas regiões do noroeste da Índia, como Gujarat e Rajasthan, lugares onde durante a metade do ano o clima é quente e seco, enquanto nos outros meses, há um clima de monção, acompanhado por ciclones e tufões.

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Adalaj stepwell em Ahmedabad, Gujarat (Foto: Rafal Cichawa / Shutterstock)

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Chand Baori (Foto: Brandon / flickr)

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Nahargarh Fort stepwell em Jaipur, Rajasthan (Foto: VetraKori / Shutterstock)

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Rawla Narlai stepwell em Desuri, Rajasthan (Foto: richard evea / flickr)

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Rani Ki Vav stepwell em Patan, Gujarat (Foto: Jeremy Richards / Shutterstock)

Os primeiros poços foram construídos entre o segundo e quarto séculos d.C. A ideia da população indiana foi a de criar, por um lado, uma estrutura que pudesse manter um fornecimento constante de água nos longos meses de seca e, por outro, um local para ser usado para outras atividades.

E é por esta razão que, com o passar do tempo, os poços em degraus tornaram-se obras arquitetônicas para os turistas e locais de socialização para os habitantes das áreas circundantes, como uma espécie de ágora para descansar, meditar ou rezar, para comer ou dar de beber aos rebanhos.

Com a modernização das infraestruturas, os poços foram abandonados ou até mesmo destruídos. Ultimamente, no entanto, por causa da crise da água, alguns desses monumentos ao ar livre estão de volta para cumprir o seu propósito original, mas em sua maior parte, o risco é de que os poços acabem se tornando mais uma das vítimas da industrialização.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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