Poejo contra gases intestinais, vias respiratórias obstruídas e muito mais. Receitas


Mentha pulegium, popularmente conhecido no Brasil como poejo, poejinho ou menta-selvagem é uma espécie originária da Europa, região norte da África, Oriente Médio e Ásia, que possui muitas propriedades farmacológicas e portanto vários usos medicinais. Saiba como reconhecer essa planta e como usá-la em chás e inalações.

Família de plantas medicinais e condimentares

Possui grande adaptação em locais com clima temperado a subtemperado. Classificado na família botânica Lamiaceae juntamente com o alecrim, manjericão, falso-boldo e sálvia, seu gênero, Mentha sp., é de difícil identificação, sendo um problema até para especialistas na área, isto devido a grande similaridade dos órgãos e partes vegetais, além de ocorrer hibridização natural em muitos casos, isto é, plantas de espécies diferentes, do mesmo gênero, cruzam-se gerando indivíduos com características intermediária entre uma e outra, como é o caso da hortelã-pimenta (Mentha piperita).

Praticamente a maioria das plantas enquadradas na família Lamiaceae são medicinais e condimentares, além de produzirem uma vasta quantidade de óleos essências, o que confere o aroma característico de casa espécie, no caso das espécies do gênero Mentha sp. o aroma mentolado!

Características para reconhecimento do Poejo

  • Trata-se de uma planta herbácea, ou seja, uma erva, atinge no máximo 40 cm de altura,
  • as folhas são opostas (uma para cada lado no mesmo plano),
  • apresenta poucos pêlos no caule,
  • as flores são de rosadas a lilases, além de apresentarem pilosidade (pêlos) na inflorescência.
  • Muito comum ocorrer naturalmente em encostas de rios, locais úmidos e sombreados.
  • Sua ocorrência natural de maior vulto é em Portugal, todavia é facilmente cultivada em todo o mundo! O poejo é mesmo uma plantinha super perspicaz no tocante à adaptação!

Uso medicinal e propriedades farmacológicas

A espécie Mentha pulegium é comumente usada:

  • para fim carminativo (contra gases intestinais),
  • expectorante,
  • antiespasmódica (relaxante muscular),
  • antigripal,
  • contra bronquite,
  • tuberculose e
  • béquica (acalma tosses).

E mais:

Estudos demonstram sua potente atividade antioxidante, porém também alerta para seu potencial tóxico se consumida em altas concentrações, pois há na composição do óleo essencial uma substância denominada pulegona.

Em experimentos ficou comprovado seu potencial abortivo, portanto a infusão de poejo é contraindicada em caso de gravidez!

A União Europeia já estipulou uma concentração ideal da substância supracitada para que não haja intercorrências de toxicidade na população, a saber:

  • em bebidas: 100 mg por Kg (da pessoa)
  • em alimentos: 25 mg por Kg
  • em produtos de confeitaria: 350 mg por Kg

O óleo essencial de Mentha pulegium é extremamente eficaz repelindo insetos, devido os seus constituintes químicos!

Como usar o poejo? Receitas

Para a elaboração de chás e ingestão, é complemente seguro, visto que as concentrações são sempre mínimas (1 colher de chá rasa para 200 mL de água) desta forma não haverá qualquer mal fisiológico de intoxicação.

Ingerindo a infusão uma das grandes vantagens é sua capacidade antirreumática, conforme Noelli exemplifica no seu artigo farmacologia dos índios Guarani.

Também pode ser preparada uma infusão bem concentrada, neste caso não haverá ingestão, apenas inalação.

Com auxilio de uma toalha ou pano bem grosso, cubra a cabeça e sobre uma superfície (mesa) coloque o recipiente com água fervida com as folhas (cerca de 100g em 100 mL). A tolha formará uma espécie de “estufa” o vapor de água será mantido ali e as moléculas do óleo essencial desprender-se-ão sendo obtidas na inalação. Esta prática é excelente para remover coriza, acalma os sintomas da sinusite, da rinite e atua como expectorante.

Outras utilizações do poejo

Empregado para decorar pratos na culinária, no preparo de peixes e de pães, a espécie também constitui o afamado licor de poejo lusitano, muito utilizado como digestivo e/ou para constipação. É parte do patrimônio gastronômico Português!

Viva o poejo!

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Rubens Carvalho

Rubens Diego, natural do Rio de Janeiro, Biólogo, professor, amante da natureza, trilheiro de coração! Apreciador da sutileza do Reino Vegetal, possui experiência no trabalho com plantas medicinais, estuda as substâncias químicas produzidas por elas e avalia as possíveis bioatividades destas, isto é, sua capacidade curativa! Ama escrever ou falar sobre os vegetais, pois pensa que eles precisam de um porta voz!


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