Toda planta serve para algo na cura da gente – o importante é saber para que usá-las e como usá-las. Vamos falar abaixo de 10 plantas de uso medicinal comprovado, e bastante conhecidas pelo povo brasileiro.
As plantas medicinais com seu poder de cura são usadas pelo ser humano, e também pelos animais, em informações passada de geração para geração há mais de 70 mil anos, desde os tempos em que os agrupamentos humanos andavam pelas matas e campo, colhendo e experimentando.
Estou falando aqui do homem primitivo, caçador-coletor que, sem ter conhecimento prévio, pela observação do uso que faziam os animais – das plantas que eles não comiam por serem venenosas, ou daquelas que eles procuravam quando estavam indispostos da barriga – foi se apropriando do poder curador de folhas, frutos, sementes, cascas e raízes.
A ciência nasceu desta mesma experimentação, sem conhecimento prévio, quando o homem parou e analisou o que e o porque estava comendo tal erva. Muitos, senão todos, os conhecimentos que temos hoje sobre as plantas medicinais e seus usos surgiram assim, de tentativa e erro, muita observação e coragem de experimentar.
Todos os povos têm, consequentemente, conhecimentos sobre o uso medicinal de plantas, especialmente daquelas que são originárias ou espontâneas em suas terras. Por isso falamos da medicina indígena ou, mais especificamente, da Medicina Yanomami, das Plantas Medicinas de Minas Gerais, ou da medicina de outros povos autóctones, regionais.
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Hoje vamos falar das plantas e seu uso medicinal mais comuns para os brasileiros, consagradas pelo seu uso empírico de séculos, que já tiveram comprovação científica, inclusive.
PLANTAS MEDICINAIS NO BRASIL
Uma lista de plantas medicinais usadas no Brasil seria demasiado longa para um artigo só. Então, escolhemos 10 selecionadas dentre aquelas de uso consagrado, ou seja, que o brasileiro conhece há tempos, e vem passando de geração a geração, o conhecimento sobre seus usos e benefícios.
Essas plantas que seguem, você poderá usar sem riscos e com a certeza de que farão o efeito esperado.
Mas, fica um alerta: mesmo quando a planta é por demais conhecida, use-a conforme as indicações e nunca abuse. A diferença entre o que cura e o que mata, está sempre na dose que se usa, na maneira que se prepara.
Um outra dica é, quando usar plantas de mato (também chamadas espontâneas porque são aquelas que crescem sozinhas nas matas e campos), só colha plantas que não estiverem junto a ruas ou estradas, que tenham crescido em terreno limpos da poluição. Use apenas plantas que não estejam deterioradas, atacadas por fungos ou insetos e as frutas que não estejam com “bicho” ou que tenham sido picadas pelos passarinhos.
Vamos lá:
- Jurubeba
- Gervão
- Tanchagem
- Dente-de-Leão
- Erva-de-Santa-Maria
- Mentrasto
- Saião
- Folha de pitanga
- Pariparoba
- Cipó de São João
1. Jurubeba – Solanum paniculatum
A jurubeba é boa para
fígado
pele (urticária, psoríase),
febres
debilidade geral do organismo
Se usa como:
a garrafada, ou pinga temperada com os frutos, para abrir o apetite, tratar do fígado, febres e depurar o sangue
chá das folhas, quando o fígado sofre por sobrecarga de comida ou bebida e para tratar erisipela
suco de frutos e raízes, indicado para tratar cistite, anemia, tumores, abcessos internos, bronquites e tosse. Tem ação diurética.
cataplasma de folhas, para tratar feridas e úlceras (uso externo), para lavar feridas, ulcerações, tumores.
suco fresco de folhas, para tratar erisipela
decocto de raízes, para tratar diabetes, prisão de ventre, dispepsias, baço inflamado.
macerado de folhas e frutos verdes em água fria ou vinho branco
Cuidados:
Não se deve usar a jurubeba por mais de 1 semana, sem interromper o uso por igual período.
2. Gervão – Stachytarpheta cayennensis
O gervão é usado para o tratamento de
Como usar:
em chá, para tratar dores abdominais e de estômago, para febres e prisão de ventre, como diurético e tônico estimulante, em casos de bronquite e catarro de peito, nas crises de hipertensão arterial.
infusão de gervão (planta toda) para lavar a cabeça e fazer descer a menstruação.
gervão macerado com sal para se aplicar sobre abcessos e furúnculos.
cozimento de raízes, como emplastro de ação cicatrizante em feridas abertas
macerado de folhas e raízes frescas para cicatrização em problemas de pele
xarope de gervão para tratamento de tosses, resfriados, rouquidão e outros desconfortos do trato respiratório.
Cuidados a se ter com o gervão:
3. Tanchagem – Plantago maior, P. lanceolata, P. ovata, P. tomentosa
Existem 4 diferentes espécies de Plantago, tanchagem, planta de propriedades:
Indicações de uso:
emplastro de folhas frescas, para curar feridas, baixar a febre, depurar toxinas de picadas de animais peçonhentos.
em chá de folhas e flores, para tratar estados gripais, diarréias e outras dificuldades resultantes de resfriamento ou viroses. Tem ação emoliente e fluidificante nos casos de catarros no sistema respiratório ou sistema digestivo.
folhas frescas, podem ser usadas no tratamento de cortes e feridas sangrantes
folhas tenras frescas podem ser consumidas em saladas
folhas mais velhas, cozidas em sopas ou refogados.
emplastro de folhas de tanchagem mascada (cobrir com uma bandagem de folhas frescas) para tratar queimaduras.
pomada de tanchagem para queimaduras (após o emplastro) e em problemas de pele
tintura diluída ou chá de folhas para lavar feridas
chá de folhas frescas para tratar furúnculos e acne
gargarejos ou bochechos com chá de tanchagem para tratar úlceras da boca, dor de garganta, amigdalite, gargarejos
chá de tanchagem para lavar cabelos e curar caspa e problemas do couro cabeludo
4. Dente-de-Leão – Taraxacum officinale
O dente-de-leão tem diversos usos consagrados:
5. Erva-de-Santa-Maria – Dysphania ambrosioides
A erva-de-santa-maria tem diversos usos medicinais:
Como usar:
Cuidados a se ter:
6. Mentrasto – Ageratum conyzoides
Mentrasto tem várias indicações de uso medicinal:
Como se usa:
em chá (infusão e decocção) da planta inteira ou partes da planta (folhas, flores, raízes),
cataplasma e emplastro de folhas e flores.
Cuidados ao usar:
É contraindicado para diabéticos, grávidas, lactantes e crianças.
O abuso na dosagem o torna hepatotóxico.
Não devem ser feitos tratamentos prolongados por mais de 3 semanas sem interrupção.
Em dosagem alta, por longos períodos, poderá provocar crise hipertensiva.
7. Saião – Kalanchoe brasiliensis e Kalanchoe pinnata
As principais indicações de uso do saião são para os tratamentos de:
Como se usa:
Suas folhas são usadas no preparo de chás, pomada, cataplama, suco ou tintura.
O chá é usado para ingestão, gargarejos, lavar feridas, queimaduras, frieiras e lesões de erisipela.
A tintura é usada para tratar verrugas.
8. Folha de pitanga – Eugenia uniflora
As folhas de pitanga têm uso consagrado no Brasil para:
- diarreia
- má digestão
- agitação nervosa
- pressão alta
- ansiedade
- depressão
- tristeza profunda (tem ação tônica estimulante).
Como usar:
Cuidados:
- pessoas coléricas não se darão bem com essa planta.
9. Pariparoba – Piper umbellatum
A pariparoba tem várias indicações de uso medicinal:
problemas digestivos e hepáticos
tratar fígado gordo e fortalecer os órgãos internos (fígado, pâncreas, baço)
- como creme, na proteção aos raios UV solares
- nos tratamentos de malárica, nas picadas de cobra
- para reduzir as placas de colesterol nas artérias
- processos inflamatórios
- úlceras
- redução das populações de Helicobacter pylori no nosso organismo.
- como preventivo do câncer de pele
- regeneração da pele restaurando a elastina e melhorando sua estrutura.
Como usar:
Da pariparoba usam-se as folhas, os caules e as raízes:
Folhas e caule – têm ação diurética, hepatoprotetora, digestiva
Raízes – tem ação febrífuga
Pode ser ingerida como chá das folhas e caule, a raiz deve ser seca e moída e preparada em chá.
As folhas e raízes, picadas, podem ser maceradas em vinho para uso como tônico estimulante e estomáquico.
Furúnculos, queimaduras, dores de cabeça e reumatismo são tratados com cataplasma de folhas frescas.
Cuidados no uso da pariparoba:
O abuso nas dosagens desta planta provocará os sintomas que você pretende tratar.
Doses extremamente elevadas podem resultar em inflamação do fígado, vesícula e rins
10. Cipó de São João – Pyrostegia venusta
O cipó-de-são-joão é indicado, popularmente, para os tratamentos de:
- Diarreia
- Disenterias
- Vitiligo
- Fraqueza
- Leucodermia
Como usar:
Seu uso é feito sob a forma de chá e tintura, como tônicos e compressas.
No vitiligo seu uso é pela aplicação da tintura sobre as áreas despigmentadas em dias alternados.
Cuidados:
- Não se pode ingerir as folhas frescas, são altamente tóxicas.
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