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Tem fruta que a gente nem sabe que existe, outras a gente até já ouviu o nome mas nunca cheirou, saboreou. E elas são nossas, frutas nativas das matas brasileiras – e não só pois também são nativas na Argentina, Uruguai e uma variedade de países latino-americanos.
Gabiroba tem vários tipos, uma das matas tropicais úmidas conhecida como gabiroba-açu ou gabiroba-da-Amazônia, Campomanesia lineatifolia, outra que nasce no cerrado, a gabiroba miúda, comum e a mais saborosa, Campomanesia laurifolia.
Fora essas também há a gabiroba-do-campo, Campomanesia adamantium, a gabiroba-do-litoral, Campomanesia guaviroba, que também é chamada de guavira e se dá na região de Mata Atlântica mais próximo dos rios. Campomanesia xanthocarpa, a gabiroba arbórea e, no entanto, a mais estudada para uso medicinal.
Como você pode ver, gabiroba, guavira, guabiroba e outros nomes semelhantes são espécies de Campomanesia, um gênero frutífero das Myrtaceae, família muito diversificada e abundante no nosso continente americano onde também estão outras frutas nativas.
Vale conhecer, provar, estudar essa nossa fruta nativa, uma das muitas ameaçadas de extinção pelo mau uso que fazemos dos recursos naturais.
Cada região de gabiroba também tem seus usos preferidos – toda gabiroba é comestível, toda casca de gabiroba amarga na boca, toda gabiroba tem propriedades curativas mas, nem em todo lado é usada do mesmo jeito.
No Cerrado, usa-se todo tipo de fruta que aparece e a gabiroba não fica atrás. É preferida pelo sabor mais acentuado (o sol do cerrado contribui) para doces, licores, sorvetes e sucos.
Gabiroba tem baixo teor calórico, muita fibra de boa qualidade, bastante ferro e cálcio.
Na medicina popular, gabiroba é usada para reduzir os níveis de triglicerídeos e glicose no sangue, em casos de anemia e enfraquecimento generalizado.
A infusão da pele dos frutos da gabiroba é usada no tratamento de processos catarrais, diarreia, disenteria.
Das folhas se faz um chá para redução do colesterol e que também ajuda a fortalecer a memória, trata disenteria, regula o intestino e elimina catarro da bexiga e do útero. Com o mesmo chá de folhas se combatem os sintomas da gripe.
A infusão da casca da árvore se usa para tratar problemas urinários diversos e, o banho de assento reduz as hemorroidas. Já o banho das folhas é um poderoso relaxante muscular.
A medicina indígena aplica a gabiroba (folhas, casca do tronco e caules) para tratar feridas e infecções na boca, dor de dente, contusões, dor de barriga e induzir o parto.
Mas, não se deve mastigar a casca das frutas ou suas sementes pois, estas contêm compostos que são tóxicos ao nosso organismo.
As gabirobas, árvores de porte baixo a médio (até 8 metros), são bastante usadas em paisagismo urbanos, na recuperação de áreas degradadas, como planta atrativa de abelhas e insetos polinizadores, na recuperação de matas ciliares.
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