Beladona na homeopatia e fitoterapia. Benefícios e riscos


A beladona é uma planta medicinal de grande toxicidade. É fundamental conhecê-la pois, seu uso indevido pode até ocasionar a morte. A prescrição medicinal de beladona em uso fitoterápico sempre deverá ser feita por um médico.

Trata-se da espécie Atropa belladonna, da família Solanaceae, uma arbustiva de porte baixo, que ocorre, naturalmente, em alguns países da Europa, Norte da África e Ásia Ocidental.

Esta é uma planta de áreas sombreadas e solos úmidos que aparece em beiras de rios ou lagos.

Beladona na homeopatia

A beladona é um dos medicamentos básicos da homeopatia indicado em alguns tipos de febres (com prostração) e um poderoso anti-inflamatório para estados gripais e outros (junto com a Bryonia e o Aconitum, muitas vezes).

Porém, como você deve já saber, na homeopatia só são usados os medicamentos dinamizados, hiper diluídos e, nesta formulação, em diluição decimal ou centesimal, a beladona não é tóxica.

folhagem da beladona

Foto: Folhagem da beladona

Porque a beladona é tão tóxica?

Toda a planta é tóxica pois é rica em atropina, um alcalóide que atua no sistema nervoso inibindo sua ação.

Mas, a beladona também possui outros alcalóides, igualmente perigosos, em função da quantidade destes nas suas folhas, frutos, caule e raíz.

É o caso dos alcalóides tropânicos, da l-hiosciamina, da northiosciamina, da noratropina, da escopolamina, da hidroxicumarina que ocorrem nas folhas, caules e frutos desta planta e de diversas cumarinas, que ocorrem na raíz e rizomas.

Foto: Frutos da beladona

O princípio ativo da beladona é muito usado também na medicina alopática, em colírios para dilatação de pupila, medicamentos para o coração e diversas outras composições.

Beladona na fitoterapia

A beladona também é usada na fitoterapia, na forma de tintura-mãe, extrato ou pó da planta sendo indicada para tratar problemas digestivos, cólicas gastrointestinais, dores biliares, cólicas das vias urinárias e alterações neurológicas.

Uma aplicação do extrato de beladona, no Mal de Parkinson, já ocorre há muitos anos com resultados favoráveis na redução da sintomatologia desta doença.

Devidos os riscos, elevados, da sobredosagem de beladona não se aconselha a preparação doméstica de medicamentos e nem o seu uso sem acompanhamento médico.

Os riscos do uso da beladona

O uso indevido de beladona, em formulações fitoterápicas ou da planta in natura, dependem da quantidade ingerida e da sensibilidade da pessoa.

O excesso de beladona pode produzir alucinações, náuseas, cegueira, dores de barriga, cefaléias e dificuldades renais. A ingestão de uma folha de beladona, por uma pessoa adulta, poderá provocar a morte por envenenamento.

Esta planta deve ser usada com extremo cuidado e só quando se conheça muito bem a forma de preparo e as dosagens, para cada caso, sem esquecer que, cada pessoa tem uma sensibilidade específica. Isso é verdade para qualquer das formulações fitoterápicas feitas com esta planta assim como, para os medicamentos alopáticos que a contenham.

Algumas pessoas que não podem usar beladona

Os medicamentos que contenham beladona não podem ser usados por pessoas que sofram de aceleração nos batimentos cardíacos (a beladona provoca bradicardia o que pioraria o quadro), alguns tipos de glaucoma como a de ângulo agudo, edema agudo do pulmão ou hiperplasia da próstata. Grávidas e crianças pequenas também não devem usar.

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Beladona não há no Brasil mas…

É sempre bom lembrar que não só a beladona verdadeira, Atropa belladonna, é tóxica pelos alcalóides que contêm. No Brasil é muito raro de se encontrar beladona pelos campos mas, eventualmente pode até haver pois, existe em jardins botânicos e coleções particulares mas, não é planta especialmente adaptada ao nosso clima.

No entanto, aqui podemos encontrar a maria-pretinha, Solanum americanum, cujos frutos são bem parecidos aos da beladona e que pode ser confundida com a beladona verdadeira e também um tipo de amarilis ornamental, que contêm muitos dos alcalóides da originária e semelhante toxicidez.

Esta última é fácil de se encontrar pois sua reprodução se dá pelos bulbos, como todas as amarilis, e com suas lindas flores cor de rosa, são preferidas em jardins e vasos.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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