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Fazer chá é algo mais do que despejar água quente em cima das folhas, ou ferver as folhas que você escolheu. A gente escolhe o chá que vai tomar em função do gosto, do aroma e muito mais vezes, da necessidade.
O chá é uma das formas mais antigas de se tomar remédio. Este é um jeito caseiro de se extrair os princípios ativos das plantas aromáticas ou medicinais que já são usadas na medicina popular desde tempos imemoriais. Sim, desde aqueles tempos em que a medicina não era ciência oficial, em que os médicos eram chamados de “físicos” (physician, em inglês). Tempos da idade média, ou mesmo antes, quando não haviam médicos, só pajés, xamãs, curandeiros.
A medicina, essa tal oficial, surgiu com o tempo, juntando o que sabiam estes, os homens sábios de seus povos, que ajudavam nas amarguras e nas dores, que sabiam mitigar doenças e desentortar ossos. Ou as parteiras que toda aldeia tinha que ter afinal crianças nasciam, não é?
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Bem, o chá é uma água quente, ou fervente, em que se deixa macerar por um tempo curto, alguns minutos, as ervas, flores e frutos que escolhemos – aí fazemos uma infusão. Se o chá for feito com partes mais grossas e rústicas, sementes, talos, e forem deixadas a ferver junto com a água, então será uma decoção e, se por outro lado, para extrairmos o princípio ativo das plantas, o melhor for deixar a erva macerando (quer dizer, depois de amassada, picada, deixar no líquido escolhido, que pode ser água, vinho, aguardente ou outro) então teremos uma tintura por maceração, que é muito mais forte que qualquer chá de infusão ou decoção.
Para a infusão são adequadas as folhas tenras, as flores, ou os frutos picados, dos quais se quer uma essência suave. Por exemplo, sempre se faz infusão de camomila, flor de laranjeira, folha de pitanga, capim santo, melissa, alecrim, sálvia, folha de limão, enfim, coisas assim.
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Na decoção se busca um resultado mais forte que será extraído de raízes ou ramos. É adequada a decoção das ramas do alecrim, do pinheiro, do eucalipto, das sementes como o coentro, por exemplo. E o tempo de decoção também varia em função da erva que você vai usar. Algumas ervas requerem 5 ou 10 minutos, outras até 30 minutos de fervura, após o que se desliga o fogo e deixa tampada a panela por mais 10 minutos. Depois é preciso coar para que as plantas não continuem cozinhando na água quente, o que pode alterar algumas substâncias.
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Todo chá, seja por infusão ou decoção, deve ficar uns minutos, até 10, tampado, antes de se tomar – esse é um tempo de estabilização do aroma, sabor. E, nenhum chá se deve usar depois de 24 horas pois fermenta e altera sua composição, liberando maior quantidade de taninos e outras substâncias que são irritantes das mucosas, o que não é bom para ninguém.
Para você saber, o termo “chá” vem da Índia, chai, e se refere à infusão das folhas da planta Camelia sinensis. Leva o nome de chá preto, chá verde, oolong e diversos outros, em função do tempo de oxidação das folhas e da região de onde provêm. A preparação do chá nos países asiáticos é um ritual, tem suas regras e também seus truques para ser preparado. Veja aqui o que se diz sobre a temperatura, o tempo de infusão e outras coisas mais.
Os chás de ervas preparados para banho também seguem a mesma lógica: tem banho para o qual se devem macerar as ervas na água fria, morna ou quente, deixar em repouso um tempo. Mas também tem banho de ervas que se faz por decoção, e o efeito é, logicamente, mais drástico. Também se fazem banhos de ervas pela técnica de maceração (as ervas escolhidas devem ser amassadas, à mão, dentro da água, e deixadas em repouso por até 7 dias) mas estes são casos especiais que só a ritualística afro-brasileira usa com propriedade.
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