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A erva-mate ou congonha como também é conhecido o nosso chá mate, é um arbusto nativo, originário das terras do sul do continente latino-americano, denominada Ilex paraguariensis. Os benefícios do mate já eram conhecidos, e usados, pelos povos indígenas antes da colonização. O nome mate deriva do termo quéchua mati, que é como este povo chama a nossa cuia. Congonha vem do tupi kõ’gõi, e quer dizer “o que mantém o ser”, ou seja, uma erva de cura.
Essa bebida de origem ancestral para vários dos povos da América do Sul – é amplamente consumida também na Argentina, no Uruguai, na Bolívia e no Chile – costuma-se tomar fria, como tererê, ou quente, como chimarrão, mas sempre na cuia (o mate) e com bombilha, que pode ser feita de madeira ou metal, naquele formato achatado e cheia de furinhos que todos conhecemos.
O mate sempre foi reconhecido como uma erva curativa para casos de fadiga mental e física, permitindo ao corpo recuperar a energia perdida. Também como chá de excelência para melhorar a digestão e problemas hepáticos.
A composição da erva-mate varia conforme o lugar onde é cultivada, porém, seu conteúdo em cafeína (e não “mateína” como se dizia) é bastante significativo sendo essa xantina a responsável pelo efeito estimulante. Leia aqui em detalhes o que a erva-mate contêm.
O uso da erva-mate, como chá, nos dá uma sensação imediata de bem estar. Este chá é também reconhecido como estimulante do sistema circulatório aliviando dores nas pernas, reduzindo o colesterol mas, como estimulante potente, se tomado em excesso, e a dose é de cada indivíduo, pode causar elevação da pressão arterial. Também se diz que, por ser diurético, o chá mate seria um estimulante da função renal porém, seu uso excessivo pode favorecer a formação de cálculos dado o seu conteúdo em oxalatos (erva mate é diurética). Como estimulante mental ajuda na melhoria da concentração e a se manter um alto nível de atenção.
Diz-se que Ernesto “Che” Guevara tomava, e recomendava, um bom chimarrão para as crises de asma, doença que sempre o acompanhou em suas andanças revolucionárias. Estudos científicos confirmam vários dos efeitos positivos do mate sobre a saúde. Uma pesquisa interessante demonstrou que os princípios ativos desta erva são capazes de erradicar as células cancerosas responsáveis pelo câncer de cólon (leia os resultados desta pesquisa que foi feita na Universidade de Illinois.
Chá de mate também é rico em polifenóis que garantem uma ação benéfica antioxidante nas células do nosso corpo. Leia essa pesquisa realizada pela Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul. E, se tomado chá mate como água, em 15 dias ele reduz significativamente sua taxa de colesterol (efeito hipocolesterolemiante, veja neste artigo científico). Mas você não deve beber só chá mate pois os efeitos nocivos do seu excesso também são importantes.
Bom, beber uma cuia de mate, chimarrão ou tererê, é sempre um momento ritualístico, em que se invoca a paz e a amizade. A cuia passa de mão em mão, simbolizando o ombro-a-ombro do trabalhador sulista, sempre em luta. Fazer o mate também o é: a água tem que estar no ponto, não se pode jogar a água, quente ou fria, de qualquer maneira sobre as folhas, e nem mexer a infusão. É preciso deixar que o espírito da erva assente, se estabeleça em seu aroma e sabor, e aí começa a rodada, e a conversa.
Quem toma mate, toma de manhã, para acordar, depois das comidas, para ajudar a digestão, a qualquer hora, para uma roda de conversa, ou pensamento, mas não é aconselhável seu uso à noite pois o efeito estimulante é real e não vai te deixar pegar no sono facilmente.
Basicamente é questão de se tomar atenção à dose – não encher a cara de mate, pois! O excesso desse chá pode causar diarreia e desconforto gastrointestinal, pedras renais de origem cálcicas e aumento dos desconfortos cardíacos (agitação, palpitação, pressão arterial).
Nas culturas indígenas tudo, absolutamente tudo, tem sua história, lenda, fábula que explica a razão de ser, o objetivo da existência. Também isso é verdade para a erva-mate, com essa lenda que recolhemos no Erva-Mate.com.
“Uma tribo indígena nômade se deteve nas ladeiras das serras onde nasce o Rio Tabay. Quando retomou seu caminho, um dos membros da tribo, um índio velho e cansado pelos anos, ficou refugiado na selva, na companhia de sua filha Yaríi, que era muito bonita. Um dia, chegou, ao esconderijo do velho, um homem que possuía uma pele de cor estranha e que se vestia com roupas esquisitas, a quem receberam com generosidade.
O velho ofereceu ao visitante uma carne assada de acuti, um roedor da região e um prato de tambu, que é preparado com uma larva de carne branca e abundante que os Guaranis criam nos troncos de pindó.
Conta a lenda que o visitante era um enviado do deus do bem, que quis recompensar tanta generosidade proporcionando-lhes algo que pudessem oferecer sempre aos seus visitantes e que poderia encurtar as horas de solidão às margens dos riachos onde descansavam. Para eles, fez brotar uma nova planta no meio da selva, que chamou de Yaríi, deusa que a protegia, e confiou seus cuidados a seu pai, Cáa Yaráa, ensinando-lhe a secar seus ramos ao fogo e a preparar uma iguaria que poderiam oferecer a todos os que os visitassem. Desde então, a nova planta cresce, oferecendo folhas e galhos para preparar o mate”.
Fontes:
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