Estoicismo, a Filosofia do Viver em Paz. 10 Ensinamentos para a Vida


Já parou para pensar se é possível viver em paz neste mundo? Segundo o Estoicismo, ou Filosofia Estoica, para viver em paz e com plenitude é preciso diferenciar o que se pode controlar do que não se tem controle.

Ao seguir esse princípio, paramos de nos influenciar pelas circunstâncias que não estão sob nosso controle e deixamos de desperdiçar tempo e energia, focando somente naquilo que está realmente ao nosso alcance e que é possível interferir.

Conheça mais sobre a origem e os fundamentos dessa filosofia, com as informações a seguir:

A Origem do Estoicismo

O Estoicismo foi influenciado pela filosofia de Aristóteles, sábio que viveu na Grécia entre 384 A.C e 322 A.C.

Para Aristóteles, o funcionamento do Cosmos é perfeito do jeito que é, e essa visão foi assimilada pelo Estoicismo.

Se observarmos o Universo como um todo, encontraremos sentindo na vida e em seus processos.

No Estoicismo, Deus não só envolve a parte espiritual, mas também a física. Por isso, o Divino pode ser extraído e captado em cada experiência humana.

Independentemente de concordarmos com os acontecimentos da existência ou não, a Terra continua girando ao redor do Sol, todos os dias pessoas morrem e outras nascem.

Estes fenômenos fazem parte da ordem cósmica, não podemos mudar, mas, o que está ao nosso alcance fazer, é aproveitar o tempo de nossa existência e vivermos o melhor que pudermos, aprendendo com o TODO.

Posteriormente à Aristóteles, aproximadamente 3 séculos antes de Cristo, foi fundada na Grécia antiga a escola do Estoicismo, por Zenão de Cítio, que viveu por volta de de 344 A.C até 262 A.C.

Ele ensinava essa filosofia nos Pórticos dos monumentos da Grécia Antiga.

Pórtico em grego era chamado de STOA, de onde derivou a palavra Estoicismo.

O primeiro discípulo de Zenão foi Cleanto de Assos, que viveu de 330 A.C até 230 A.C.

Cleanto de Assos praticava os ensinamentos estoicos, era modesto, humilde, trabalhador e viveu 100 anos!

Após ele, Crísipo de Solis foi outro discípulo do Estoicismo que viveu de 280 A.C até 208 A.C., tendo sido um dos maiores difusores dos ensinamentos estoicos.

Esses 3 sábios foram os maiores promotores do Estoicismo antigo. Após estes, vieram Sêneca, Epiteto e Marco Aurélio, dando continuidade à essa filosofia.

O Estoicismo e seus principais representantes

Conheça agora um pouco da vida dos grandes representantes estoicos.

Sêneca (4 A.C a 65 D.C)

Filósofo, escritor, mestre da retórica, estadista romano, conselheiro e orientador político do imperador romano Nero.

Ele escreveu as obras: Sobre a brevidade da Vida e Da tranquilidade da alma.

No ano de 65, foi envolvido em uma intriga e acusado de fazer parte da conspiração de Piso, em um plano de assassinato do imperador, e foi condenado à morte.

Ao receber essa sentença, demonstrou um profunda compreensão do que estava vivenciando, mantendo a serenidade e ainda consolando a sua esposa e amigos.

Epiteto (50 D.C a 130 D.C)

Este filósofo grego estoico viveu boa parte em Roma.

Ele nasceu escravo, mas conseguiu transcender essa condição fundando a sua própria escola e se tornando mestre de outros que viriam a se tornar grandes líderes romanos. Entre estes, se destaca o imperador Marco Aurélio.

Marco Aurélio (121 d.C a 180 d.C)

De origem aristocrática, tornou-se órfão ainda jovem.

Aos 11 anos teve contato com o Estoicismo e passou a viver seus ensinamentos na prática.

Marco Aurélio divulgou essa filosofia com algumas diferenças em relação ao Estoicismo antigo.

Graças a esses sábios, o Estoicismo teve continuidade e chegou até nós, crescendo em popularidade a partir da década de 70.

O Estoicismo Contemporâneo

O Estoicismo também tem sua versão e forma contemporânea com os seguintes escritores:

Ryan Holiday

Autor do livro “O obstáculo é o caminho”, baseado no Estoicismo, tem como mensagem principal transformar obstáculos em oportunidades.

Tim Ferris

Empreendedor, palestrante e um dos maiores divulgadores do Estoicismo, conseguiu com a vivência dos princípios estoicos bons resultados profissionais aliados à uma vida mais tranquila.

Estoicismo e sua visão de vida

A existência está sempre em movimento e vivemos em um mundo de constantes mudanças. Por isso, diante da efemeridade e inconstância da vida, ocorre o imprevisível e não temos o controle de várias situações da existência.

Diante desse fato incontestável, precisamos ter serenidade e equilíbrio, para pelo menos manter o controle sobre nós mesmos.

Sendo assim, o Estoicismo nos ajuda a lidar com nossas emoções negativas e a desenvolvermos nossa tenacidade para encarar melhor os desafios da nossa existência.

Como utilizar os ensinamentos do Estoicismo no diário viver

Aprenda agora como viver na prática o Estoicismo:

Encare suas limitações e dificuldades

Para Sêneca, é necessário enfrentar o que se tem medo e não se acostumar com a zona de conforto, pois ao viver o que se teme, a dificuldade diminui e se desenvolve mais firmeza e força para lidar com as adversidades.

Caso contrário, o conforto gera comodismo e resistência de encarar as mudanças que podem vir, afinal, a existência é passageira e cheia de desafios!

Estamos aqui de passagem

Marco Aurélio orientava: “receba sem orgulho, deixe ir sem apego“.

Tanto as vitórias, como as derrotas, são passageiras. Este fundamento do Estoicismo nos incita ao desapego e a viver de forma mais presente, lúcida e realista.

Viva o que realmente importa!

De fato tudo passa, o que vale é quem realmente somos em essência!

Tudo é efêmero e o que importa é viver com presença o agora.

“Não ponha seu coração em tantas coisas”, já dizia Epiteto.

Não adianta ter o mundo e perder a si mesmo!

Viva cada dia, como se não existisse amanhã

Marco Aurélio ensinava:

“Esta é a marca da perfeição do caráter, viver cada dia como se fosse o seu último, sem frenesi, preguiça ou qualquer fingimento.”

“Que cada coisa que você faça, fale, seja ou pretenda ser, seja como se você estivesse à beira da morte.”

Lembrar de nossa mortalidade nos convida a viver mais inteiros no momento presente. Dessa forma, poderemos vivenciar o que realmente importa.

Saia do cabeção e de ficar atrelado em tantos planos e metas e aja mais com o coração, viva o que tem para viver e faça acontecer.

Flua com a vida

Grande parte do sofrimento e da infelicidade do ser humano, deve-se ao fato de ele não aceitar aquilo que não pode mudar e não tem controle.

Ao se extrair dessas experiências, aprendizado, sabedoria, aperfeiçoamento e transformação, flui-se melhor com a vida.

Abra-se para o novo

Segundo Epiteto:

“É impossível para uma pessoa começar a aprender o que ela acha que já sabe.”

Partindo dessa premissa, para viver bem é preciso abrir-se para a vida, aceitando e se adaptando às mudanças!

Foque em você e pare de julgar os outros

Sêneca escreveu:

“Deixe sua filosofia lidar com suas próprias falhas, ao invés de ser uma maneira de reclamar dos erros dos outros.”

Seu conselho é o de viver focando em nós mesmos, fazendo nossa parte para ser um problema a menos no mundo, e até servindo de exemplo para outras pessoas fazerem o mesmo.

O mal está não só em quem o faz, mas também naquele que deixa de fazer o bem

De acordo com Marco Aurélio:

“Muitas vezes a injustiça está no que você NÃO está fazendo, e não só no que está fazendo.”

A resistência, a omissão e o medo, são formas de ser conivente com a injustiça, de deixar de fazer o bem e avançar na vida. Por isso, o mal está também em quem deixa de fazer o bem.

Seja humilde

A morte nos iguala, tanto reis, como mendigos morrem e viram pó!

Todos somos mortais e sobre isso Marco Aurélio escreveu:

“Tanto Alexandre, o Grande, quanto seu cuidador de mulas foram trazidos ao mesmo lugar pela morte.”

O que puder mudar mude, mas o que não puder, supere

Sêneca aconselhava:

“Se você realmente quer escapar das coisas que o incomodam, o que precisa não é estar em um lugar diferente, mas ser uma pessoa diferente.”

Quando algo nos incomoda e não podemos mudar, o mais sábio é tirar o melhor da situação, refletindo, compreendendo e aprendendo com tal vivência.

Pare com o perfeccionismo

Um problema da sociedade de consumo na qual vivemos é esperar sempre pelas coisas perfeitas, porque a impressão que temos é que há sempre opções e novas escolhas a se fazer. Isso dos produtos aos relacionamentos.

O estoicismo nos ensina que não existe perfeição porque a perfeição está fora do nosso controle. Aliás, o significado da palavra perfeição é feito, completo, pronto, acabado, pois vem do latim per fectus.

Uma animação sobre o Estoicismo

Veja este vídeo de animação do canal IlustradaMente sobre os princípios do Estoicismo e reflita se faz sentido para você e sua existência.

Que todas essas informações possam lhe ser úteis em prol de uma vida mais tranquila e com mais plenitude. Afinal, é este o objetivo dos Ensinamentos do Estoicismo!

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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