Aprender a ler, não importa em que fase da vida, faz bem ao cérebro. Esta é a hipótese lançada em uma pesquisa, ainda em andamento, da Universidade Federal de Minas Gerais. A informação foi divulgada pelo Só Escola nesta segunda-feira.
A publicação trouxe também a história de diversos brasileiros em situação de vulnerabilidade social que, apesar das condições adversas, tomaram a iniciativa de se matricular em programas de alfabetização para jovens e adultos.
Em seus relatos, eles contaram sobre toda a sorte de desestímulos encontrados – desencorajados que foram, ao longo da vida, por pais, companheiros e patrões – mas também celebraram o resgate da auto-estima e da cidadania, frutos do processo de albatização. Segundo o estudo da UFMG, essas pessoas podem, de quebra, ter dado um importante passo para prevenir danos cerebrais.
“Comecei o projeto a partir da evidência de que o baixo nível educacional é fator de risco para a demência (síndrome que conjuga a perda da autonomia à das capacidades cognitivas, como memória e linguagem)”, declarou Elisa França, médica neurologista e doutoranda do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Neurociências da UFMG, responsável pelo estudo.
Em sua empreitada científica, ela vem acompanhando um grupo de 50 pessoas, com idade entre 23 e 80 anos, com o objetivo de dimensionar os efeitos da escolarização para o cérebro.
Em estudo conduzido anteriormente por França, ela havia monitorado dois grupos distintos de idosos: um composto por não alfabetizados e outro por aqueles que tinham quatro anos de escolaridade.
Estes últimos, de acordo com os exames de imagem, possuíam conexões cerebrais mais íntegras.
Os voluntários atuais passaram por uma série de avaliações conduzidas pela pesquisadora, tais como testes de memória e exames de ressonância magnética, que serão repetidas dentro de um ano. “Vamos concluir se a hipótese está correta em 2020”, disse ao Só Escola.
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