Amor em extinção porque a gente acredita que não precisa dele


Parafraseando Neto Alves em seu artigo “O amor está em extinção porque as pessoas ficaram chatas pra caralho”, o amor está em extinção porque é um sentimento do qual todos nós acreditamos não precisarmos mais dele.

O autor do texto publicado na EOH diz que as pessoas estão chatas, buscam amores perfeitos que não existem simplesmente porque não existem pessoas perfeitas.

“Se relacionar ficou chato, sabe? Um bando de gente fazendo exigências de coisas que nem elas mesmo são…”

diz ele e com razão, mas não é só isso…

“As pessoas estão mais preocupadas com o passado do que em construir um futuro; vivem julgando o que alguém fez há um ano atrás…” continua.

Mas será que o problema da “extinção do amor” – se é que o amor está mesmo em extinção – se dá pela nossa falta de coragem em acreditar na imperfeição das coisas, das pessoas, na impossibilidade dos sonhos se tornarem realidade, na pouca probabilidade de duas pessoas magoadas conseguirem dar força uma à outra, reciprocamente, neste mundo de competição?

Não somos psicólogos nem cientistas sociais, somos apenas simples mortais que escuta vira e mexe, aqui e ali, pessoas desacreditadas num sentimento tão básico e necessário à vida, quanto a própria vida.

O ser humano precisa de amor, afeto, aprovação, isso é fato, ninguém discute. O problema é que todas essas nossas necessidades hoje parecem poder ser suprimidas por produtos comerciais:

  • sexo se compra, até amizade se compra ou se aluga (amigo de aluguel),
  • uma mão amiga ou uma ajuda para realizar uma tarefa chata ou difícil também se compra (amiga, marido de aluguel),
  • a aprovação social se consegue fácil (basta colocar uma foto bem photoshopada ou nem tanto nas redes sociais e esperar por likes), enfim…

Mas tudo isso tem um preço, em dinheiro.

Quem tem tempo pro amor quando o trabalho pode permitir pagar as contas dos amores e dos amigos de aluguel?

Quem tem tempo pra gente chata, mal resolvida, em cima do muro, aquelas que, como a maioria, com medo de se entregar numa relação, prefere o chove-não-molha que é bem seguro e comporta poucos riscos?

O amor virou um objeto de troca, mas não de troca saudável que nos faz crescer e sim de troca de forças, um braço de ferro de quem vai entrar nessa e sofrer mais, trair mais, gastar mais – tempo e dinheiro – na relação, e sair de mãos abanando…

Realmente as pessoas estão chatas, estão também sem tempo e sem vontade de dar sem receber. Nosso tempo não pode ser desperdiçado.

E assim caminhamos cada vez mais sozinhos, e muitas vezes felizes, ou achando que estamos felizes, sentindo-nos super-homens porque não precisamos mais de amor.

Vem aí a automação de tudo. Talvez não seja o amor que esteja em extinção, mas sim, o próprio homem.

O que você acha disso?

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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