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Richard Davidson, PhD em neuropsicologia e pesquisador na área de neurociência afetiva, demonstrou que é possível treinar nosso cérebro para a bondade e a compaixão, com enormes benefícios para nós próprios e, consequentemente, para toda a humanidade.
Em uma entrevista do cientista publicada no La Vanguardia, Davidson diz que a bondade é a base para se ter um cérebro saudável, e que esse estado pode ser resultante de treinamento, através da meditação.
A história da sua pesquisa começa quando Davidson estudava os mecanismos cerebrais que acontecem em situações de ansiedade e depressão. Nesse percurso ele sentiu a necessidade de aprender a meditar para treinar sua mente – viajou para a Índia, se enfronhou no Budismo, conheceu o Dalai Lama e, como ele diz:
“Descobri que uma mente calma pode produzir bem-estar em qualquer tipo de situação. E quando me dediquei a investigar, por meio da neurociência, quais são as bases para as emoções, fiquei surpreso de ver como as estruturas do cérebro podem mudar em tão somente duas horas”.
Segundo Davidson constatou por exames laboratoriais realizados em meditadores, as alterações atingem, inclusive, a expressão genética do indivíduo que a prática.
Conversar com o Dalai Lama, a quem conheceu pessoalmente em 1992, foi decisivo para a mudança de rumo de quais parâmetros deveríamos pesquisar – abriu seu campo para avaliar, no cérebro, as alterações produzidas pelo cultivo da gentileza, da bondade, da compaixão.
“Admiro seu trabalho – ele [Dalai Lama] me disse -, mas acho que você está muito centrado no estresse, na ansiedade e na depressão. Nunca pensou em focar suas pesquisas neurocientíficas na gentileza, na ternura e na compaixão?”.
Segundo Davidson,
“há uma diferença substancial entre empatia e compaixão. A empatia é a capacidade de sentir o que sentem os demais. A compaixão é um estado superior. É ter o compromisso e as ferramentas para aliviar o sofrimento.”
E concluiu que os circuitos neurológicos que levam à empatia ou à compaixão também são diferentes.
Na entrevista, Davidson afirma que:
“Uma das coisas mais importantes que descobri sobre a gentileza e a ternura é que se pode treiná-las em qualquer idade. Os estudos nos dizem que estimular a ternura em crianças e adolescentes, melhora os resultados acadêmicos, o bem-estar emocional e a saúde deles.”
Esse treinamento, com crianças e jovens, é importante para a redução substancial do bullying nas escolas.
Mas, o desenvolvimento da compaixão ativa também a capacidade de se agir para aliviar o sofrimento.
Davidson procura influenciar essa mudança nos meios científico e político pela apresentação dos resultados de uma pesquisa que fez com bebês de diversas culturas diferentes.
Ele comprova que a amabilidade, a generosidade, a cooperação são inatas em todos nós, mas que também são frágeis e, caso não sejam cultivadas, se perdem.
Por isso é importante o treinamento, permanente, da bondade, da compaixão, da gentileza e, na verdade, esse transcende a prática da meditação pois, é preciso que tenhamos o propósito de cultivar, exatamente, esses valores inatos, expandi-los em ações e pensamentos – isso se chama “aumentar o nível de boa energia circundante”.
A pesquisa de Richard Davidson está centrada nas bases neurais da emoção e nos meios científicos para promover o florescimento humano, dentre os quais estão a meditação e as práticas contemplativas.
Richard Davidson é fundador e presidente do Centro de Investigação de Mentes Saudáveis na Universidade de Wisconsin-Madison e orienta diversas pesquisas interdisciplinares com rigor científico sobre as qualidades positivas da mente (gentileza, bondade, compaixão)
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Categorias: Segredos para ser feliz, Viver
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