Como Fazer Adubo Vegano e ter Compostagem Orgânica e Caseira, Horta e Pomar


Para quem gosta de plantar e não consome nem utiliza nada de origem animal, por respeito à vida dos animais, neste conteúdo será ensinado como fazer adubo 100% vegetal e caseiro, de forma simples, prática, ecológica e sustentável, reaproveitando o que iria para o lixo e transformando em nutrientes para as plantas.

Além disso, será ensinado como montar uma composteira doméstica, de várias formas, para você escolher qual é melhor para a sua necessidade.

Veja como colocar tudo isso em prática, com as informações a seguir.

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Reutilizar Água

Uma forma de não desperdício é reaproveitar a água utilizada nos alimentos e nas plantas, porque ela pode servir como adubo líquido.

Seguem alguns exemplos:

  • da lavagem do arroz
  • do cozimento de legumes, desde que sem sal ou óleo
  • da sobra da rega de um vaso de flores

Reaproveitar alimentos

Veja como fazer adubo caseiro com caroço de abacate, cascas de bananas e sementes de abóboras neste vídeo do Júnior Romero do Canal Pomar e Horta em Vasos. Ele ensina fazer um adubo vegano (100% vegetal) cheio de nutrientes para as plantas e muito fácil de produzir, para isso serão necessários os seguintes ingredientes:

  • Sementes de 1 abóbora, fonte de fósforo e magnésio
  • 1 caroço de abacate picado, que fornecerá o nitrogênio para o solo
  • 6 cascas de bananas, que contêm de potássio
  • 2 litros de água

Métodos de Compostagem Caseira e Vegana

Para fazer uma composteira doméstica e transformar restos de frutas, legumes e verduras crus em adubo, pode-se utilizar um recipiente de plástico, que pode ser um pote, garrafa-pet, garrafão, caixa ou balde, bastando fazer furos pequenos para escoar o líquido da decomposição dos vegetais (chorume) e tampar o utensílios para não atrair moscas.

Seguem algumas formas e orientações para fazer uma composteira caseira:

Composteira com pote de sorvete

Boa maneira para quem não tem muito espaço, possibilitando produzir pequena quantidade de adubo e reaproveitando os restos de alimentos.

Neste caso, é necessário usar dois potes para montar uma mini-composteira, de forma fácil e prática, veja a seguir o passo a passo para a montagem:

1. Materiais que serão utilizados: 2 potes de sorvete, 2 tampas de potes de sorvete,1 lápis, 1 tesoura, prego e martelo.

2. Com o lápis, delimite a área da tampa do pote de sorvete que será recortada, faça um corte (uma abertura no meio da tampa) na demarcação que possibilite o outro pote, ficar em cima, ter apoio nessa tampa que será encaixada no pote que ficará embaixo.

3. Faça vários furos no fundo do pote de cima, para a saída do chorume, que escorrerá para o pote de baixo, através da abertura feita na tampa.

4. Com esses potes já dá para usar a composteira, então adicione o material orgânico, sendo opcional colocar ou não uma fina camada de terra no fundo.

5. Cubra e proteja a compostagem, com uma tampa com furos, feitos com prego e martelo, para impedir a entrada de insetos, mas permitindo a entrada de ar, que é necessário para acelerar o processo de decomposição dos materiais orgânicos.

6. Deixe a composteira em um local que não pegue chuva e nem sol diretamente.

7. Em aproximadamente 3 a 4 meses o adubo estará pronto para uso.

Compostagem em garrafas Pet

Essa maneira de compostagem é simples, prática e ideal para pequenas espaços e pode ser utilizada por quem mora em apartamento.

Confira quais os materiais e o passo a passo para confeccionar você mesmo sua a composteira em miniatura.

Materiais:

  • 2 garrafas pet
  • areia
  • terra
  • tesoura
  • 1 clipe aberto para furar a tampa da pet ou prego fino
  • 1 meia velha de nylon feminina ou pó de café
  • restos de alimentos (cascas e verduras picadas,sementes de legumes e frutas trituradas)
  • água para umedecer o composto, caso necessário

Como fazer:

  • Com a tesoura corte um pedaço da primeira garrafa de forma que vire um funil.
  • Corte a segunda garrafa de modo que se obtenha um pote.
  • Faça furos pequenos na tampa com o clipe ou prego fino aquecido no fogo.
  • Esta tampa deverá ser colocada no bico do funil.
  • Coloque areia no fundo do pote.
  • No funil coloque uma camada de areia e adicione por cima uma camada de terra, em seguida, acrescente os restos de vegetais e cubra com uma nova camada de terra.
  • Monte a composteira, colocando o funil em cima do pote, encaixando um ao outro.
  • Cubra o funil com meia nylon feminina ou pó de café, para evitar o mau cheiro e espantar os insetos.
  • Abrigue a composteira em local sombreado, arejado e protegido da chuva.
  • Leva cerca de 40 a 60 dias para o adubo ficar pronto.
  • À medida que a matéria orgânica ir se decompondo, o seu volume diminuirá, quanto maior quantidade de material orgânico, maior será o rendimento e mais adubo se obterá.
  • Da decomposição da matéria, se originará um líquido chamado chorume que escorrerá através da areia e da tampinha furada e ficará no pote se misturando com a areia que está nele, essa mistura poderá ser utilizada como fertilizante.
  • Essas instruções podem ser adaptadas para um garrafão de água mineral vazio, aumentando assim as proporções da composteira e ideal para quem dispõe de mais espaço.

Veja como fica na figura abaixo:

composteira meiaFonte Foto

Compostagem em balde médio

Outra opção é a composteira feita com balde médio.

  • Para fazer o adubo vegetal e caseiro, utilize balde plástico de tamanho médio com tampa, que pode ter sido usado, mas que esteja limpo.
  • Faça furos pequenos no fundo do balde, nas laterais e na tampa.
  • Coloque uma camada de terra no fundo.
  • No meio adicione cascas de legumes, frutas, que não sejam cítricas, e folhas bem picadas, borra de café e restos de ervas do preparo de chás.
  • Cubra tudo com terra, tampe, coloque um recipiente embaixo do balde, para receber o líquido (chorume) que escorrerá da decomposição dos vegetais.
  • Deixe descansar por cerca de 40 dias, antes de utilizar o adubo vegetal caseiro.

Compostagem em balde grande

  • Faça dois ou três furos pequenos (0,5 cm mais ou menos) no fundo de um balde grande de 100 litros.
  • Cubra o fundo do balde com pedras para facilitar a drenagem do líquido que a compostagem irá gerar.
  • Em cima das pedras coloque um pedaço de manta de bidim para que seu composto não escorra para o fundo e entupa os furos de drenagem.
  • Adicione em cima da manta uma camada fina de dois dedos terra.
  • Acrescente por cima da camada de terra os restos de vegetais bem picados para facilitar a decomposição.
  • Depois de colocar os vegetais, misture com a terra utilizando uma espátula ou pazinha.
  • Ao final cubra com uma camada de terra.
  • Quando tiver restos de alimentos para acrescentar, adicione-os dentro do balde, misture tudo e cubra com mais terra.
  • De tempos em tempos, toque o composto para verificar a umidade.
  • A mão deve ficar úmida, mas não molhada, se ao apertar o composto escorrer líquido, é sinal que está molhado demais, então acrescente mais terra para equilibrar a umidade do adubo.
  • Mantenha o balde sempre coberto com um pedaço de tela fina, tule ou tampa com furos para evitar a entrada de moscas ou outros insetos.
  • Faça um suporte, em uma base de tijolos o blocos, coloque o balde em cima, para que fique afastado do chão, e dê para colocar embaixo dele uma bacia ou prato de vaso de plantas para recolher o líquido (chorume) que sai e escorre da decomposição dos vegetais.
  • Coloque o balde em lugar que não circule crianças e animais, para não correr o risco de cair e machucá-los ou o amarre ou pregue na parede.
  • Esse líquido, é rico em nutrientes e pode ser usado para regar as plantas, somente diluído em água, pois por ser muito concentrado, não deve ser utilizado puro, porque poderá queimar as plantas.
  • O processo de decomposição, estará completo quando pedaços dos alimentos se decomporem (desmancharem) totalmente na terra, se transformando em adubo orgânico.
  • É importante estar sempre revolvendo (mexendo e virando) a terra, para manter a aeração (arejamento).
  • A oxigenação do composto é imprescindível para o processo de decomposição dos vegetais e para evitar mau cheiro, por isso revolver a terra ajuda a arejá-la.

Após a conclusão da compostagem, se obterá um adubo rico em nutrientes, cruetty-free, sem a exploração e confinamento das minhocas e de outros animais, como ocorre no caso do adubo industrializado que utiliza ossos, cascas de ovos e partes dos cadáveres de peixes.

Outra vantagem será o reaproveitamento do que seria jogado fora, reduzindo bastante a quantidade e o descarte de lixo.

O que utilizar em sua plantação caseira

Segue uma lista do que pode ser utilizado no cultivo vegano, orgânico e caseiro.

Borra de café pode ser junto com o filtro de papel:

É rica em nitrogênio.

A borra de café pode também ser colocada por cima da terra e na base da planta, para combater fungos e afastar formigas das plantas.

Cascas de banana:

Rica em fósforo e potássio, nutrientes de vital importantes para as plantas.

Pode ser picada e batida no liquidificador para colocar e misturar na terra da plantação.

Restos de cenoura:

Contêm vitaminas e sais minerais, importantes para enriquecer a terra e nutrir as plantas.

Cascas de outras frutas:

Desde que não sejam frutas cítricas, pode ser usadas para enriquecer a terra.

Coentro:

Os talos podem ser batidos com água no liquidificador para fazer um spray que ajuda a afastar ácaros e pulgões das plantas ou para regar o solo.

Cascas de legumes, folhas e talos de verduras:

Ricas em nutrientes diversos.

São fundamentais para a produção do adubo caseiro.

Pode-se também utilizar a água do cozimento de legumes e verduras e depois de fria regar as plantas.

Vinagre:

Ajuda no crescimento das plantas e afasta insetos e parasitas das plantas, para isso, pode-se pulverizar vinagre diluído em água nas plantas.

Palha, Serragem e Folhas Secas:

Estas matérias servem como cobertura da compostagem caseira.

Pode-se utilizar uma camada de um centímetro de cobertura com estas matérias, para ajudar a manter a umidade do solo e adicionar nutrientes.

Cinzas de madeira (da queima de galhos e troncos secos):

Esta matéria reduz a acidez do solo e pode ser utilizada para equilibrar o seu pH.

O uso das cinzas de madeira é impróprio no caso de estar cultivando plantas de solo ácido, como amoras, mirtilos, pimentas e azaleias.

No geral, o ideal é manter o solo com pH entre 6 a 7,5, pois os nutrientes do solo serão melhor absorvidos pelas raízes das plantas.

O solo ácido, com pH inferior a 6, significa que as plantas não irão receber de forma suficiente o nitrogênio, fósforo e potássio.

No solo alcalino com pH acima de 7,5, os vegetais não receberão doses adequadas de ferro, manganês e fósforo.

A importância de cultivar o próprio alimento

Ter uma horta ou pomar orgânicos e caseiros é uma forma de contribuir com o equilíbrio do meio-ambiente, preservação do planeta e sua própria saúde.

Cultivar o próprio alimento é uma maneira de reduzir o gás carbono, o , a utilização de agrotóxicos e desenvolver um estilo de vida mais natural e uma alimentação mais saudável.

Fazendo a compostagem caseira, pode-se enriquecer o solo da horta e do pomar cultivado na moradia, obtendo-se alimentos mais puros e saudáveis e ao mesmo tempo, diminuindo o volume de lixo nos aterros e lixões e reduzindo a utilização de sacolas plásticas, utilizadas para colocar o lixo, além de reaproveitar utensílios plásticos (potes de sorvete, garrafas-pet e e baldes velhos) para montar as composteiras.

Em um pequeno espaço, com as condições adequadas e os cuidados necessários, é possível cultivar plantas.

Aqueles que cultivam seu alimento em casa, com adubo vegano, orgânico e caseiro, deixam de contribuir para que os animais sejam explorados e maltratados, durante o processo de cultivo e colheita da plantação e processamento dos alimentos.

Outra vantagem de produzir o próprio alimento é ter o controle do que irá colocar no solo e consequentemente o que irá para a planta. É bom lembrar que o que se coloca no solo entra na comida e irá para o corpo.

Agora, que tal embarcar nesta experiência e começar com uma sementinha?

Qual será seu primeiro cultivo?

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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