Muitos professores já têm essa noção, de que sua tarefa primeira e mais importante é formar cidadãos planetários, com consciência da necessidade de lutar pela sustentabilidade do nosso planeta. Como sempre disse Paulo Freire, o objetivo de todo educador deveria ser formar “gente mais gente”.
Nas escolas Waldorf, que adotam os princípios filosóficos de Rudolf Steiner, o formar “gente mais gente” é uma realidade inserida no programa educacional e fundamentada em 10 princípios básicos, veja aqui em nosso artigo: PEDAGOGIA WALDORF: 10 PRINCÍPIOS DA FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO DE RUDOLF STEINER
O interessante deste método de ensino, aquilo que eu pretendo ressaltar hoje neste artigo, é a ação de se privilegiar o contato com “o fazer” – as crianças aprendem a cultivar seu próprio alimento, em hortas na escola. Nessa disciplina educativa, que permeia todas as idades, a criança põe a mão na terra, semeia a semente, rega a planta, observa seu crescimento, colhe o fruto e aprende, em paralelo, sobre a importância de se preservar a natureza, sobre os processos biológicos que regem a vida como um todo, sobre o respeito ao trabalho alheio e mais, sobre o benefício de saber cultivar aquilo que se come, ou seja, sustentabilidade.
CRIANÇA APRENDE FAZENDO, E IMITANDO
Essa experiência, riquíssima, faz com que a criança se torne, e se sinta como tal, um elemento ativo do sistema vida – tanto a vida da natureza, do bichinho ou da plantinha, quanto a vida diária pois, alimentação é básico para se viver.
Este é um caminho direto para formar cidadãos planetários conscientes de sua pertença ao ecossistema terrestre como parte da natureza e não como seu senhor e dono.
Por outro lado, a meu ver, este é um ótimo método para auxiliar a formação da AUTOESTIMA SE DESENVOLVE, NÃO SE ENSINA porque, ao se sentir parte ativa do todo a criança descobre sua real importância no sistema vida.
A experiência de cultivar o que se come foi inaugurada na Escola Waldorf de Cape Cod e, vale a pena conhecer seus resultados pelos relatos de uma de suas professoras.
Um dos benefícios paralelos do “cultivar sua própria comida” é que o mexer com a terra e acompanhar o crescimento das plantas que depois vamos levar para a mesa e comer mexe também, e muito, com o nosso cérebro. Assim, crianças que cultivam a terra também se alimentam melhor optando pelos produtos naturais que cultivou.
Outra escola que ensina o cultivo da sua própria alimentação é a Golden Bridget, na California, que tem uma “fazenda urbana” no centro da cidade.
Mas, não só lá fora, também aqui, entre nós, começam a surgir iniciativas muito promissoras para a formação de “gente mais gente”. Serve de bom exemplo essa escolinha comunitária em Paraty: ENSINANDO A SER GENTE: ESCOLA INOVA EM MÉTODO DE ENSINO
“A nossa mais elevada tarefa deve ser a de formar seres humanos livres que sejam capazes de, por si mesmos, encontrar propósito e direção para suas vidas.”
Rudolf Steiner
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Categorias: Horta e Jardim, Morar
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