Papo-de-Peru: Planta exótica que dá as maiores flores do Brasil


A Aristolochia gigantea, conhecida popularmente como Papo-de-Peru, é uma planta exuberante que cativa pela sua beleza exótica. Originária da América do Sul, essa espécie fascina amantes de plantas e jardineiros pela sua aparência única e características marcantes. É considerada a planta que dá a maior flor brasileira Descubra mais sobre essa planta exuberante com as informações a seguir.

papo-de-peru Aristolochia gigantea © Flores e Folhagens

papo-de-peru Aristolochia gigantea © Flores e Folhagens

Origem e Distribuição

Essa espécie de planta tem suas raízes na América do Sul, sendo nativa de países como Brasil, Peru e Colômbia. Sua presença é notável em regiões tropicais e subtropicais, onde o clima propício favorece seu desenvolvimento. A planta pode ser encontrada em diferentes altitudes, desde florestas úmidas até regiões mais secas.

A distribuição dessa espécie no Brasil ocorre na Bahia (Nordeste); Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo (Sudeste); Paraná (Sul); na Caatinga; no Cerrado e na Mata Atlântica.

Outros Nomes

Os nomes dessa planta podem variar e refletir a diversidade cultural e linguística do local no qual ela está inserida. É popularmente conhecida por vários nomes:

  • mil-homens
  • papo-de-peru-de-babada
  • papo-de-peru-grande
  • jarra-açu
  • cipó-de-cobra
  • milone
  • jarrinha
  • joboinha
  • erva-de-urubu
  • língua-de-vaca

Características Distintivas

Um planta que impressiona por suas características distintas. Seu nome popular, Papo-de-Peru, faz referência à forma da flor, que se assemelha ao inglúvio de peru. As flores têm um colorido vibrante, geralmente em tons de roxo e amarelo, destacando-se contra o verde intenso das folhas. Ela é também é reconhecida por suas folhas largas e em forma de coração, que proporcionam uma aparência exuberante à planta.

Como é a Planta Papo-de-Peru?

A artista plástica e apaixonada pela natureza apresenta, nesta postagem em seu Facebook, a planta Papo-de-Peru com seus botões florais, flores e folhagens compondo uma cerca-viva:

Usos Medicinais na Antiguidade

Embora seja apreciada principalmente por sua beleza ornamental, a Aristolochia gigantea possui propriedades medicinais em algumas tradições culturais.

Usos Medicinais desde a Antiguidade

As plantas do gênero Aristolochia, juntamente com os ácidos aristolóquicos (aristolochic acid) que possuem, eram amplamente mencionadas nos antigos textos médicos gregos e romanos, consolidando-se como uma erva medicinal já no século V a.C.

No início do século I, nos textos romanos, os ácidos aristolóquicos são mencionados pela primeira vez como componentes de medicamentos frequentemente ingeridos para tratar condições como asma, soluços, espasmos, dores e para estimular a rápida expulsão do pós-parto.

A aristolóquia também é citada em textos ayurvédicos por volta de 400 d.C. e posteriormente em textos chineses no século V.

Nesses tempos remotos, essas plantas eram empregadas no tratamento de problemas renais, urinários, gota, mordeduras de cobra e diversas outras condições. Em muitos casos, eram utilizadas na composição de pomadas ou bálsamos.

Devido a essa tradição medicinal histórica, associada aos usos medicinais das plantas do gênero Aristolochia em algumas culturas, alguns de seus usos medicinais incluem:

  • Antimicrobiano: Em algumas culturas, atribui-se à Aristolochia gigantea propriedades antimicrobianas, sendo usada para tratar infecções.
  • Anti-inflamatório: Em algumas práticas medicinais tradicionais, a planta tem sido utilizada como um agente anti-inflamatório.

No Brasil, a espécie Aristolochia gigantea é usada na medicna popular como:

  • Antisséptica nas gangrenas (Fenner et al., 2006)
  • A infusão das folhas é usada para dor estomacal, dor no rim, bexiga, hemorroida, dor de barriga, dengue, malária e verme (Manosso et al, 2021)

É importante ressaltar que, devido aos riscos de toxicidade, não se recomenda o uso da Aristolochia gigantea para fins medicinais SEM orientação e supervisão adequadas de profissionais de saúde qualificados. Buscar alternativas seguras e comprovadas é fundamental para garantir a saúde e bem-estar.

Uso Ornamental e Paisagístico

Em geral, o papel principal dessa planta é decorativo, sendo uma adição magnífica a jardins tropicais, pátios, cercas-vivas e canteiros.

Toxicidade

Essa planta possui toxicidade, principalmente devido à presença de substâncias químicas prejudiciais. A sua toxicidade está associada a compostos como aristolochic acid, presentes em várias espécies do gênero Aristolochia.

Apesar de possuir propriedades medicinais, o aristolochic acid é conhecido por poder causar efeitos colaterais nefrotóxicos e carcinogênicos, podendo resultar em danos aos rins e aumentar o risco de desenvolvimento de câncer, especialmente no trato urinário. Portanto, é fundamental estar ciente dos potenciais riscos associados à manipulação e consumo inadequado dessa planta.

Curiosidades

Além de sua beleza e peculiaridades, essa planta remete a algumas curiosidades interessantes, tais como:

  • Polinização Enganosa: A Aristolochia gigantea tem uma estratégia de polinização única. A flor emite um aroma que atrai insetos, imitando o cheiro de carne em decomposição. Esse truque atrai moscas, que, ao entrar na flor, acabam polinizando-a.
  • Atrativa para Borboletas: Apesar da estratégia de polinização peculiar, a planta também é conhecida por atrair borboletas, adicionando ainda mais encanto ao jardim.
  • Botão floral: O nome popular dessa espécie se deve ao fato de seu botão floral parecer um papo de peru.

Cultivo e Cuidados

Essa planta pode ser cultivada em climas tropicais e subtropicais, sendo uma excelente opção para quem busca plantas de fácil manutenção e impacto visual. Seu cultivo requer as seguintes condições e cuidados:

Local e Luz:

  1. Escolha um local com luz solar indireta.
  2. Evite ventos fortes.
  3. Proteja a planta do frio, especialmente em regiões mais frias.

Solo:

  • Opte por um solo bem drenado e rico em matéria orgânica.

Rega:

  • Mantenha o solo levemente úmido, evitando encharcamento.
  • Realize regas regulares, de preferência pela manhã.

Fertilização:

  • Fertilize na primavera e verão com um fertilizante equilibrado.

Poda:

  1. Faça podas moderadas para controlar o tamanho e promover a forma desejada.
  2. Remova flores e folhas murchas.

Suporte:

  • Forneça suporte para a planta trepadeira.

Seguindo essas diretrizes simples, você promoverá um cultivo saudável da Aristolochia gigantea, desfrutando de sua beleza única e exótica no seu jardim.

A Biodiversidade Sul-Americana em Seu Jardim

Ter uma Aristolochia gigantea em seu jardim, você não apenas adiciona uma planta de beleza extraordinária, mas também traz uma parte da biodiversidade sul-americana para perto de você, usufruindo da sua beleza notável e do esplendor de seu florescimento.

Fontes:

  1. Wikpédia
  2. Jardineiro.Net
  3. Flores e Folhagens
  4. Educação Ambiental em Ação
  5. Rose Fávero

Conheça Outras Plantas Extraordinárias em:

As exóticas orquídeas sapatinho e suas variedades. Como cultivar e cuidar

Caladium: Planta tropical de fácil cultivo e muito decorativa!

Como plantar Eremurus: Plantas incríveis com espigões floridos enormes




Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


ASSINE NOSSA NEWSLETTER

Compartilhe suas ideias! Deixe um comentário...