Carne de laboratório pode ser usada em ração de cães e gatos


Você já ouviu falar em carne de laboratório, carne sintética ou carne cultivada?  É tudo a mesma coisa. Também chamada de carne do futuro, a carne criada em laboratório pode ser opção também para produzir ração para cães e gatos.

Como assim?

A novidade vem de uma empresa norte-americana chamada Bond Pet Foods.

De olho nesse novo mercado que está surgindo – o qual famosos como Bill Gates e Leonardo DiCaprio estão investindo – a carne de laboratório usada em ração é produzida por meio de um processo de fermentação de uma amostra de sangue de galinha.

Especismo

Uma das coisas que pouca gente fala sobre o veganismo é do especismo por parte de veganos que não comem carne, mas dão carne aos seus animais de estimação porque estes são carnívoros. Mas isso é igualmente especismo (a crença de que uma espécie é melhor ou mais importante que a outra).

Comer carne não, mas dar carne a cães e gatos pode?

Para quebrar esse paradoxo, a carne de laboratório poderia ser uma boa ideia para a produção de ração. Mas existem outros porquês nessa história:

Revolução sintética

O mercado da carne em geral poderá em breve ser revolucionado com a chegada da carne sintética nos supermercados. E o mercado de ração para pets pode surfar nessa onda.

Em vez de desmatamento para abrir terra para pasto, e do sofrimento de animais abatidos, a nova carne para a ração seria criada por meio industrial com a ajuda da biotecnologia, em um processo conhecido como fermentação de precisão.

Os novos alimentos sintéticos revolucionários seriam comparáveis ​​aos tradicionais em termos de sabor e nutrição.

Como é feita a carne sintética para ração

A empresa desenvolveu proteína de frango a partir da amostra de sangue retirada de uma galinha chamada Inga, que vive em uma fazenda em Lindsborg, Kansas.

Isso possibilitou determinar o código genético das proteínas ideais à alimentação de cães e gatos e a inserção desse mesmo código em uma linhagem de levedura nutricional que, por fermentação, pode produzir proteínas de frango semelhantes às inicialmente identificadas.

“A técnica é aquela através da qual as enzimas do queijo são produzidas há décadas – explica a Bond Pet Foods -. Alimentamos nossa levedura especializada com os melhores ingredientes à base de plantas (açúcar, vitaminas e minerais) em um tanque de fermentação, como os de cervejarias artesanais. Depois de algum tempo, a levedura começa a produzir proteínas da carne idênticas às produzidas convencionalmente na fazenda e nos campos”.

“As proteínas de frango produzidas desta forma incluem todos os aminoácidos essenciais que gatos e cães precisam para uma saúde ideal, são então suavemente secas e inseridas em uma variedade de produtos para animais de estimação”.

A mesma técnica também permite a produção de carne bovina, peixe e qualquer outro animal que faça parte da alimentação de cães e gatos.

O produto, já à venda nos Estados Unidos, poderia ser coerente com a filosofia vegana, afinal, uma amostra de sangue não faz mal à ninguém, nem a uma galinha. Mas por outro lado, os impactos ambientais e sanitários que esse novo mercado pode causar, ainda são uma incógnita.

Só o tempo dirá.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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