Conheça Ashera e saiba por que ele é o gato mais caro do mundo


Para aqueles que gostariam de ter um leopardo ou um tigre em casa, e obviamente não podem, o mais próximo desse sonho é o Ashera, a raça de gato mais cara do mundo.

Um luxo que poucas pessoas podem se dar, mas principalmente um luxo egoísta e sem fundamento, que fomenta apenas a loucura humana e sua mania de querer comandar a vida na Terra.

Vamos entender…

Características físicas do Ashera

De orelhas grandes, pelagem curta e cheia de desenhos e mechas, esse gato é maior que um gato convencional, podendo chegar a pesar 15 quilos e medir até 1 metro, tamanho semelhante ao de um cão de porte médio.

É um gato gigante como o Maine Coon:

Seus traços físicos são fortes e robustos. Seus olhos são geralmente verdes ou cor de mel.

Existem quatro tipos de gato Ashera atualmente:

  1. Gato Ashera comum: é o tipo mais comum de Ashera, de pelagem cor creme com manchas marrons distintas.
  2. Gato Ashera hipoalergênico: de aparência idêntica ao Ashera comum mas foi desenvolvido para terem pelos que não dão alergia.
  3. Gato Ashera da Neve: uma variedade de pelagem branca com manchas de cor âmbar intenso.
  4. Royal Ashera Cat: a variante menos conhecida, mais rara e “exclusiva”. Podem ser de cor creme com manchas ou listras pretas e laranja, de aparência intensa e peculiar. 

Comportamento do Ashera

Além de ser um gato de luxo, quem o compra diz se apaixonar pela sua característica canina de ser.

O gatinho raro, que aparentemente lembra um leopardo, no quesito comportamento, ele não é nada selvagem: dócil, pacato, amigo das crianças, pode passear tranquilamente em uma coleira, o que pode ser estranho para um gato normal, mas não para o Ashera.

Assim, tem gente pagando caro para passear com um gato na coleira, para parecer exótico (ou estúpido?).

Como cuidar de um Ashera

Estima-se que esse gato possa viver muito, podendo chegar até 25 anos e que requeira os mesmos cuidados de um gato comum: uma dieta equilibrada, que inclua carboidratos, proteínas, gorduras, vegetais e água, além de incentivo a exercícios para evitar a obesidade, escovação dos pelos com frequência e muito afeto.

Um cuidado especial é para que esse bichano não sofra muito no frio, pois ele descende de felinos habituados ao clima quente. Então prepare as mantinhas!

Uma outra recomendação é auxiliar o gato a correr e a fazer atividades, pois dado seu comportamento pacato, pode ser que esse bichano queira ficar dormindo horas e horas, o que pode levá-lo a engordar.

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Reprodução

Quando adquirido, o Ashera já vem vacinado, com um microchip e esterilizado. Por isso, não há como ele se reproduzir.

Por que Ashera é o gato mais caro do mundo?

Talvez você possa estar pensando que o Ashera é tão caro porque ele não afia as unhas em todos os móveis e objetos da casa ou porque ele não solta pelos nas roupas escuras. Porém, não é nada disso.

O Ashera é o gato mais caro do mundo por uma razão simples e nada barata: ele não existe na natureza, é resultado de um cruzamento feito em laboratório e é produzido em pequena escala.

A ideia de criação do Ashera veio do britânico Simon Brodie, um cientista que fundou a empresa Lifestyle Pets como forma de projetar espécies animais exclusivas e sob demanda.

Com isso, após o cruzamento de dois gatos selvagens – o leopardo asiático e o serval africano – e um gato doméstico, nasceu o Ashera.

Mas saiba que em sua “receita” existe o DNA de mais de 70 gatos.

Ao ano são produzidos, no máximo, cem bichanos desse tipo e a lista de espera para compra dele pode ser de até 9 meses.

Esse gatinho raro é proibido em alguns países, justamente pelos conflitos éticos envolvidos na manipulação de espécies adequadas ao “gosto do freguês”.

De todo modo, se alguém quisesse se aventurar em adquirir um gato desse – e se o país de residência permitisse – poderia se preparar para desembolsar até 125 mil dólares.

Vale a pena? Claro que não!

Quem são os compradores?

A maioria dos 100 gatos Ashera vendidos pela empresa foram para clientes russos e chineses.

E por que as pessoas compram um gato fabricado em laboratório?

O dono da empresa que o fabrica, disse em uma entrevista que as pessoas que compram esses gatos se apaixonam pelo mix de sua aparência selvagem, com seu comportamento canino.

“Eles são mais parecidos com cães do que qualquer outra coisa”, diz Simon Brodie, fundador da Lifestyle Pets

O gato também é vendido com a desculpa de ser hipoalergênico, para os casos de pessoas que tenham  alguma alergia e queiram, mesmo assim, ter um gato.

Diferenças entre Ashera e Savannah

A autenticidade desse animal é contestada pois, geneticamente, o Ashera seria igual a um Savannah, outro gato manipulado que seria a mistura de um serval africano com um gato doméstico.

Simon Brodie, “o criador”,  admite que há semelhanças entre o Savannah e o Ashera, mas diz que o tamanho e o temperamento são os principais fatores de diferenciação entre as raças.

De acordo com a International Cat Association, o componente gato doméstico usado na criação do Ashera é específico e mantido em segredo.

Por que você não deve comprar um Ashera?

Nem é pelo valor monetário e sim pelo desvalor ético que a manipulação genética implica. Quem somos nós para manipular a vida na Terra?

E o Ashera é apenas mais uma raça dentro do crescente mercado de gatos de grife. Outras variedades híbridas incluem o Toyger, que é um cruzamento de um Bengal e um gato doméstico, o Chausie, uma mistura de gatos selvagens e domésticos, além do Savannah, que mencionamos antes.

Por ser criado em laboratório e ser um animal híbrido recente, não se sabe como é a convivência dele com outros bichos, então, há quem recomende evitar a convivência do Ashera com outros pets, o que é uma pena!

As doenças que acometem esse gato são desconhecidas, dado o curto tempo de existência desse animal. Ou seja, o que pode ser do Ashera no futuro, bem como de toda manipulação genética, ninguém sabe.

Pagar para ter um gato desse enquanto muitos outros são abandonados é um símbolo de status?

Não! É um símbolo da estupidez humana sobre a vida na Terra! Mania de achar que o dinheiro manipula tudo.

Um dia a natureza pode se rebelar, se é que já não está se rebelando.

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Cintia Ferreira

Paulistana formada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro, tem o blog Mamãe me Cria e escreve para greenMe desde 2017.


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