Na França, a venda de cães e gatos será proibida a partir de 2024


Já noticiamos aqui no greenMe os problemas que o comércio de animais acarreta, resultando em maus-tratos e exploração. Todavia, esse comércio ainda persiste em vários países. Mas hoje, uma boa notícia: a França quer modificar essa situação e por isso está debatendo uma lei para acabar com a venda de cães e gatos em petshops a partir de 2024.

O que motivou a França a cogitar a elaboração dessa lei foi a compra compulsiva de animais de estimação, em contraposição ao recorde alcançado nesse país em termos de abandono de animais.

Por causa da pandemia, tem sido cada vez mais frequente os casos de pessoas que, depois de comprarem animais, decidem não mais querer ficar com eles, abandonando-os à própria sorte ou os entregando para abrigos ou ONGs de proteção animal.

Esse contexto levou senadores e deputados franceses a chegarem ao consenso de estabelecer uma lei contra o abuso com os animais, que também conterá a proibição progressiva (dentro de 7 anos) de animais selvagens em circos.

Ademais, essa lei instituirá a proibição da criação de visons e animais de outras espécies criados exclusivamente para a produção de peles.

Infelizmente, ratos (hamsters) e papagaios não serão contemplados por essa lei, estes animais poderão a ser vendidos, contudo, não poderão ser exibidos na vitrine.

Lamentavelmente, a proibição do comércio de animais não se estenderá às compras de animais online. No entanto, pretende-se aumentar a fiscalização para o bem-estar animal tentando combater o tráfico ilegal de espécies e as compras por impulso.

Essas medidas são extremamente necessárias e, diga-se de passagem, até precisa de mais outras, porque a França é o país europeu com mais registros de abandonos de cães e gatos.

A cada ano, entre 100.000 e 200.000 animais de estimação são abandonados, com  60% dos casos ocorrendo no verão.

Estas estatísticas denotam que as pessoas compram animais de raça, como se tivessem comprando uma roupa, que quando sai da moda é descartada para comprar um novo modelito.

Além dessa razão, é claro, existem outras: pessoas que querem mudar de vida e acham que o animal pode representar um obstáculo; busca por cortar despesas; custos e trabalho com animais doentes ou idosos.

Além da França, um outro país europeu com problemas de abandono de animais é a Itália.

Segundo  estimativas da entidade de proteção animal italiana associação LAV, 80 mil gatos e 50 mil cães, em média, são abandonados por ano, mais de 80% dos quais, correm risco de morrer em acidentes, privações ou maus-tratos.

Os maiores índices de abandono de animais são registrados no período de verão (25-30%), quando as pessoas querem viajar de férias e consideram o animal um empecilho para isso.

E mesmo o abandono animal sendo considerado crime passível de prisão de até um ano, ou multa de até 10.000 euros, esta ainda é uma triste realidade nesse país.

Como visto, abandono de animais não é exclusividade de países menos desenvolvidos ou mais pobres. O que leva a pensar que o que precisa mudar é como governos e cidadãos tratam a questão do bem-estar animal em seus países, independente de serem desenvolvidos ou não.

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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