Na pandemia, cães descartados como mercadorias. Não quer mais? Joga fora!


A pandemia expôs vários aspectos da natureza humana que poderiam ser entendidos como exceções, e infelizmente se mostraram mais comuns do que pensávamos.

O individualismo humano ficou evidente inclusive com relação a um animal considerado “o melhor amigo do homem”.

O descaso com os pets

Ao longo da pandemia várias pessoas no Reino Unido compraram cães para os terem como companhia, prática criticada defensores dos animais em todo o mundo, pois o comércio de cães é uma prática cruel:

O resultado? Nem todos esses animais tiveram um final feliz.

A Hope Rescue Center, organização que cuida de resgate animal no país, identificou que a quantidade de cães entregues aos seus cuidados durante esse período, superou quaisquer indicadores dos últimos 15 anos!

E o inusitado foi a mentira usada por aqueles que entregavam os animais ao centro de resgate, alegando  que os pets  tinham sido encontrados nas ruas, quando a verdade era que os tinham comprado.

Segundo informou a BBC, essa mentira foi contada porque as instituições apenas podem recolher pets em situação de abandono. Assim, os ‘donos’ dos cães viram a possibilidade de enganar as instituições para se livrar dos animais.

Situação do tipo: comprou, não gostou? Joga fora! E o fenômeno é mundial.

A situação no Brasil

No Brasil, o abandono de pets também tem apresentado um crescimento considerável. Embora não existam dados oficiais, as entidades que cuidam dos pets no país apontam um crescimento de entrega de animais muito maior nesses últimos meses.

A entidade Ampara Animal identificou que para o período de julho de 2020 a fevereiro de 2021, ocorreu um crescimento de 60% na quantidade de acolhimentos, considerando a comparação com períodos semelhantes a anos anteriores.

Os riscos com o aumento do abandono dos pets

Esses dados indicam grandes chances de esses animais serem sacrificados, caso não se consiga pessoas que os adotem. Recentemente foi aprovada uma lei que proíbe o sacrifício de cães e gatos saudáveis, mas entrará em vigor daqui a uns 4 meses.

Além disso, há riscos relacionados ao excesso populacional dos animais nos abrigos e limitações quanto a alimentação e cuidados necessários, o que pode resultar em doenças, para pets e humanos.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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Este artigo possui 1 comentário

  1. Henrique
    Publicado em 26/10/2021 às 1:34 pm [+]

    Muito horrivel,
    esse post otimo me fez refletir que o consumismo tem um lado muito ruim, quando começa a ver tudo como um produto.
    Acho isso triste e superficial, além de causar sofrimento.


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