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Vamos logo dar spoiler pois um estudo recente revelou que cães de grande porte tendem a viver menos que cães pequenos, salvo algumas exceções.
A crença comum de que raças menores tendem a viver mais e de maneira mais saudável ganha respaldo em um recente estudo conduzido por biólogos, veterinários e estatísticos de sete instituições americanas.
Fundadora da rede brasileira Pet Care, a veterinária Carla Alice Berl, destacou à BBC Brasil a diferença na expectativa de vida entre raças de grande e pequeno porte, alertando os donos sobre os cuidados necessários.
O estudo, intitulado Dog size and patterns of disease history across the canine age spectrum: Results from the Dog Aging Project concluiu que o porte do cão impacta significativamente sua expectativa de vida.
Porque as doenças com maior risco de óbito são mais predominantes em cachorros de maior porte. Os cães grandes são propensos a uma variedade de doenças, incluindo ósseas, gastrointestinais, infecciosas, endócrinas, neurológicas, cânceres e problemas nas vias respiratórias. Já os cães menores, com menos de 10 kg, têm maior probabilidade de apresentar problemas oculares, cardíacos, respiratórios e relacionados ao pâncreas.
Apesar da pesquisa não abordar razões biológicas para a disparidade na expectativa de vida entre cães grandes e pequenos, a veterinária Carla Alice Berl destaca a importância do peso como determinante. Ela sugere que os tutores controlem a alimentação e o peso dos animais, mantendo-os 15% abaixo do peso médio da raça.
A bióloga Frietson Galis, que também explorou a relação entre tamanho e expectativa de vida canina, destaca a seleção artificial por humanos ao longo dos séculos como um fator significativo. A rápida seleção por cães maiores resultou em crescimento acelerado e, consequentemente, em doenças como cânceres.
Mas é só isso. Na verdade, todas as raças têm suas predisposições genéticas às doenças, justamente devido à seleção artificial provocada pelo homem. Um exemplo perfeito são os cães braquicefálicos, dos quais já falamos aqui várias vezes. Raças como pugs e budogues franceses, apesar do pequeno porte, apresentam muitos problemas de saúde. Seria necessário mesmo parar de comprar essas raças e de reproduzi-las.
Para aumentar a expectativa de vida dos cães, especialistas recomendam não apenas controlar o peso, mas também vacinar, cuidar da saúde oral, proteger contra carrapatos e manter uma rotina de exercícios físicos. Seguindo essas precauções, os tutores podem contribuir significativamente para a saúde e longevidade de seus fiéis amigos.
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Categorias: Gato e Cachorro
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