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O prédio é inédito e está sendo construído graças a uma pesquisa realizada pela Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo (EESC-USP), que avaliou o uso das fundações de edifícios como meio para a troca de energia térmica entre o prédio e o subsolo.
Como explica a Agência Fapesp, essa tecnologia é baseada na energia geotérmica, e tem sido usada para gerar um economia considerável no consumo de energia elétrica para climatização, seja para aquecimento como para resfriamento de ambientes.
Nomeada CICS Living Lab, a edificação brasileira já está sendo construída na Escola Politécnica da USP em São Paulo.
Em entrevista à Assessoria de Comunicação da EESC-USP, a pesquisadora Thaise Morais que está avaliando o desempenho dessa tecnologia em sua tese de doutorado, explica que
“a energia geotérmica é aquela encontrada dentro da crosta terrestre, no solo, nas rochas ou mesmo na água, sendo identificada pela temperatura. Essa energia pode ser transferida para a superfície por processos de troca térmica a partir das fundações da edificação.”
“A temperatura da região que vai desde a camada superficial da crosta terrestre até algumas centenas de metros de profundidade é resultado das interações naturais que ocorrem entre o ambiente externo e o interior da crosta. Assim, o solo funciona como uma espécie de bateria ou reservatório de energia térmica”, descreve a pesquisadora.
As fundações do prédio contêm estacas que ficam enterradas em contato constante e direto com o subsolo. Dessa forma, é possível ocorrer a troca térmica, que é feita através de tubos instalados no interior das estacas. Assim, o sistema é capaz de captar ou rejeitar o calor do solo e levar a energia térmica até a superfície, onde uma bomba geotérmica faz a troca entre o subsolo e os ambientes do prédio.
Incrível!
“Nos testes, usamos água potável como fluido para a troca de calor entre a fundação e o subsolo. A bomba troca calor com a água a partir de um outro fluido refrigerante que circula em seu interior. Essa troca é feita de forma contínua e repetitiva até que a temperatura desejada para o ambiente seja alcançada”, relata a pesquisadora.
Esse sistema de aproveitamento de energia geotérmica pode ser aplicado em qualquer tipo de edificação, com a atenção prévia de conhecer as propriedades térmicas do subsolo da localidade onde se pretenda construir, além das demandas térmicas da edificação.
A tese da Thaise Morais venceu o Prêmio Costa Nunes da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica como a melhor tese de doutorado 2018-2019.
Seus estudos começaram em 2014 por meio de um projeto apoiado pela FAPESP e coordenado pela professora Cristina de Hollanda Cavalcanti Tsuha.
A Poli-USP está trabalhando para desenvolver novas tecnologias sustentáveis, e esse edifício está sendo usado como “laboratório vivo” na escola.
Parabéns a todos os envolvidos.
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Categorias: Bioarquitetura
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