Azulejos e cerâmicas de vasos sanitários e pias podem se transformar em um novo material de construção. Esta é a ideia que vem da Universidade de Valência, Espanha, de uma equipe de pesquisadores do Instituto de Ciências e Tecnologia que conseguiu criar um material especial obtido a partir de resíduos de cerâmica.
As características? É mais sustentável e mais durável em comparação com os materiais de construção atualmente em uso.
A técnica é um esforço de colaboração entre a Universidade Estadual Paulista, UNESP, a Universitat Jaume I de Castellón e a Imperial College London.
Maria Victoria Borrachero, pesquisadora da universidade espanhola, conta que embora a base seja a cerâmica velha, o material é completamente novo: “A sua principal característica é a de não conter cimento, o que o torna um material mais sustentável do que aqueles atualmente empregados”. Dentro do novo material contém apenas partículas de cerâmica em pó, um ativador químico e água, explica.
Até agora, os pesquisadores trabalharam apenas com resíduos de tijolos, sanitários (pias e vasos sanitários) e porcelana como matérias-primas básicas das quais foram obtidos os produtos finais com maior resistência. No entanto, os estudos iniciais tinham partido somente da reutilização de resíduos de tijolos de barro vermelho, até chegarem à cerâmica.
O processo para a produção do cimento, no primeiro caso, é muito simples. Primeiramente o tijolo é moído e misturado com a solução ativadora. Depois de uma série de misturas, o novo material está pronto para ser colocado em moldes e submetido a um processo de endurecimento especial a uma temperatura elevada. Mas os cientistas foram mais longe, com o objetivo de também utilizarem o resíduo cerâmico, muito abundante, começaram a estudar o desempenho dos resíduos de azulejos de banheiro feitos de cerâmica e porcelana, além de novas substâncias “gatilho” para resultarem em um material ainda mais sustentável.
“Fizemos testes com casca de arroz e os resultados são muito positivos. Seu uso pode resultar em um produto final ainda mais sustentável e menos caro, porque seria feito quase inteiramente de resíduos reciclados”, explica Borrachero.
Em testes realizados com objetos feitos de resíduos de tijolo vermelho, ou seja, o “cimento” de tijolo moído, se mostrou realmente mais forte do que os cimentos comuns atualmente usados, enquanto o “cimento” feito com os resíduos de cerâmica ainda está sendo avaliado, mas os primeiros resultados são animadores.
Categorias: Bioarquitetura, Morar
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