A plasticidade da natureza sempre inspirou pintores de todas as épocas. Na nossa, em que o lixo é um problema do tamanho do seu volume no planeta, fez o artista Eduardo Srur “reciclar” o seu próprio fazer artístico.
Srur é conhecido por suas enormes intervenções pela cidade de São Paulo. Mas o artista deixou as ruas para confinar-se em seu ateliê para recriar telas de grandes mestres da pintura, como Paul Cézanne, Vincent Van Gogh, Claude Monet e Tarsila do Amaral, sem usar tinta nem pincel.
A matéria-prima das suas telas vem do lixo: sacolas plásticas. O artista desenvolveu uma técnica, em 2019, para produzir uma série de obras intitulada “Natureza Plástica”, em referência à “natureza morta”, prestando uma homenagem à própria natureza e à história da arte.
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Além de uma homenagem, a série é uma provocação. Indaga Srur: “Quantas sacolas de plástico você usa por dia? E quantas você descarta?”
Ele explica que artistas como Leonardo da Vinci, Edvard Munch e Vincent Van Gogh não conheceram o plástico como o conhecemos hoje – onipresente em todos os cantos do planeta e poluindo os ecossistemas e o nosso olhar para o mundo.
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O artista recolheu sacolas plásticas em margens de rios, ruas e cooperativas de reciclagem para elaborar as suas telas. Substituiu os pincéis e as tintas a óleo pela técnica inovadora que utiliza fragmentos plásticos, sem usar cola ou tinta.
Segundo Srur disse em uma entrevista à Ecoa, da UOL:
“É uma provocação: o que você joga fora e não dá nenhum valor, eu transformo numa pintura. Não consigo me conformar com a anestesia da sociedade em relação ao meio ambiente. Como as pessoas usam e descartam plástico aos milhares. Usei trabalhos que pertencem ao imaginário popular, que as pessoas conhecem, têm afinidade. E, quando se aproximam, são surpreendidas pelo plástico”.
Confira AQUI, no site do artista, os detalhes de suas obras.
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Categorias: Arte Urbana
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