Grafiteiras, mulheres árabes – beleza pelos muros do Oriente Médio


Grafiteiras, mulheres de lenço, cobrindo a cabeça, ombros e às vezes, até o rosto, só os olhos de fora, se reuniram na Sit al-hita, uma organização não governamental que tem por objetivo divulgar o trabalho das mulheres árabes nos muros de suas cidades. Arte urbana, o inesperado.

Os lenços que usam? São vários os nomes, e a forma de os usar: shaila, hijab, al-amira e o khimar.

É assim que andam elas, as mulheres, nos países árabes – por cultura, imposição ou escolha, por proteção ou submissão, por decisão própria, não está em discussão isso agora.

A Sit al-hita, que quer dizer “as mulheres das paredes” no dialeto árabe falado no Egito, reúne uma vez por ano a um grupo de cerca de 60 grafiteiros, na sua maioria, mulheres, de várias partes do mundo árabe que se reúnem para mostrar o universo feminino na arte de rua. Já pintaram no Cairo, Copenhague e Amã, com o apoio e financiamento dos governos sueco e dinamarquês.

O que quero contar é sobre as grafiteiras, corajosas, lindas, jovens, que andam, de cabeça coberta, ou não, colorindo paredes e mostrando ao mundo sua arte, e a força e coragem das mulheres árabes, mesmo nas situações mais adversas.

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Elas estão no Egito, na Síria, nos campos de refugiados palestinos na Jordânia.

Elas são moças jovens, guerreiras, que mostram sua arte sem pretender afetar os costumes locais, sem buscar chocar os habitantes das cidades em cujos muros pintam.

Nem sempre seus grafites são reinvindicativos ou feministas, às vezes são mesmo, somente femininos. Essa é a coragem dessas jovens, de se mostrarem como são, e de pintarem os muros de suas cidades num recado singelo do que é ser mulher no Oriente Médio.

Com elas sempre está a fotógrafa sueca Mia Gröndahl, uma das formadoras do grupo, que documenta cada grafite feito e que diz: “basta ver uma dessas mulheres pintando uma parede, em um guindaste, a 50 metros de altura, para se entender e sentir a sua força”. Mia é autora do livro Revolution Graffiti: Street Art of the New Egypt que tem em suas páginas documentadas 17.000 ilustrações desta arte de muros, dos quais só 250 eram da autoria de mulheres.

Os seus grafites nascem em cada encontro. Pintam em grupos, nunca sozinhas pois o perigo está à volta da esquina, sempre. Mas, pintam com coragem e mostram sua realidade.

E a palestina Laila Ayawi, que diz: “eu gosto de me focar no positivo. Não representarmo-nos como vítimas ou fracas mas sim dizer ao resto da mulheres – vocês têm uma voz no mundo e devem ser ouvidas”.

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Ou como se declara Dina Saadi, uma feminista convicta, que sempre tenta encorajar as mulheres a superarem os limites com sua arte.

Mulheres pintando em muros por cidades onde, normalmente, o seu olhar, feminino, é negado. Esse é o grande valor dessa iniciativa.

A beleza dos grafites é inegável.

Veja aqui mais vídeos no canal Youtube do Women On Walls – WOW Graffiti & Street Art.

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Fonte e fotos: Women on Walls




Redação greenMe

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