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A cidade boliviana de El Alto, quando se olha de um ponto mais alto, parece um tapete colorido composto pelas milhares de pequenas casas de cores vibrantes.
El Alto era antes uma favela indígena da periferia de La Paz, capital administrativa da Bolívia mas, com a urbanização, foi transformada, de área degradada, em uma das mais populosas e bonitas cidades bolivianas.
O que chama a atenção em El Alto é a quantidade de edifícios com formas e cores incomuns, brilhantes e vibrantes, onde predominam o vermelho e o verde, graças ao trabalho de Freddy Mamani, um arquiteto que se empenhou, nos últimos trinta anos, em transformar o subúrbio de La Paz no atual El Alto.
A arquitetura de Freddy Mamani, hoje conhecida como Nova Arquitetura Andina Cholets é, para muitos, o símbolo da opulência aymara. As paredes desenhadas desses edifícios, segundo o arquiteto que os desenha, são feitas à mão, passo a passo (veja na reportagem abaixo, em vídeo):
Formas irregulares, janelas incomuns, e as cores vibrantes, foram escolhidas com base na identidade cultural do Povo Aymara, uma das etnias indígenas dominantes na Bolívia, na qual lampejam desenhos que lembram borboletas, sapos e cobras, entremeados com a cruz andina.
Segundo Freddy Mamani, as paredes são pintadas em “uma policromia de cores em degradé” buscando a essência cultural do sentir boliviano.
Mamani pretende, com seus desenhos e cores, que os edifícios de El Alto simbolizem uma Bolívia avançada que respeita os valores indígenas e os integra à cultura dominante, de origem hispânica.
Esta é uma verdadeira revolução arquitetônica que coloca cor em toda superfície que se apresente e, através das cores, cria formas indígenas mantendo, no entanto, as ruas não pavimentadas e fachadas ainda por terminar.
El Alto hoje é a segunda cidade mais populosa da Bolívia seguida de Santa Cruz, na região amazônica boliviana. Essa mudança começou em 2005, com a eleição de Evo Morales para presidente da república boliviana e acompanhou a integração do Povo Aymara, há muito marginalizados da sociedade.
Para muitos, a arquitetura do Mamani é o símbolo de um novo clima de confiança e prosperidade econômica do país.
Atualmente já existem cerca de sessenta edifícios já construídos com essa técnica e dezenas de outros em construção. Porém, como sempre, há críticos a este projeto supercolorido que dizem ser esses edifícios apenas mais um símbolo de status de riqueza para alguns.
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Fonte fotos plataformaarquitectura
Categorias: Arte Urbana, Morar
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