Como criar uma horta comunitária em 7 passos


Criar uma horta comunitária é projeto e sonho de muita gente que acredita ser necessário a gente reaprender a cultivar seu próprio alimento. Também é desejo de gente que, estando sem trabalho, se propõe a dar seu saber, mãos e força à produção de alimento saudável para seu bairro.

Mas, um projeto de horta comunitária também pode ser criado em uma escola, como parte do programa educativo das crianças, em um centro de saúde, como parte dos programas terapêuticos, ou em uma associação beneficiente, em ações de preenchimento dos tempos livres de jovens e idosos, por exemplo.

O importante é que a comunidade tenha clareza do seu propósito, busque alguma orientação técnica básica (um agrônomo ou um horticultor, um camponês ou uma avó que sabe lidar com a terra) e tenha em mente alguns passos básicos, para a realização do seu projeto.

Enfim, o “” é o primeiro estudo necessário.

Passo a passo para criação de horta comunitária

1. Converse, com todos, muito

Se é comunitária então a horta deverá ser decidida por toda a comunidade ou, pelo menos, por todos os interessados.

2. A escolha da terra

Há terras vagas na região, baldios ou terrenos, aparentemente, abandonados mas, toda terra tem um dono e, para sua continuidade, o projeto da horta comunitária deverá ter um contrato de uso (por tempo longo, de preferência).

3. O foco da horta

É preciso que se decida qual será o foco da horta, quer dizer, o que será feito com o que for lá produzido: doações (e para quais instituições), pertencerá a quem trabalhar ou, toda a comunidade poderá recolher o que precisar ou, qualquer pessoa poderá recolher o que precisar ou, o uso dos produtos será por venda, ou troca de serviços ou, o resultado da venda dos produtos será aplicado em um fundo, projeto, distribuído pelos participantes, enfim, há uma infinidade de focos possíveis e estes precisam estar bem definidos.

4. Orçamento de instalação e manutenção

Fazer preço, definir quanto vai custar a instalação de uma horta, é fundamental para se buscar os recursos indispensáveis. O orçamento depende do projeto – procure um técnico habilitado, é o melhor.

5. A busca de recursos

A parceria entre poder público ou iniciativa privada, escolas ou hospitais, fundações ou outras organizações é fundamental para o financiamento de projetos comunitários. Aproprie-se das leis de incentivo que estejam em vigor na sua região e, use-as, é seu direito.

6. Legalização do projeto

Todo projeto deve ter o aval do poder público local, para seu funcionamento, especialmente se este envolve a comunidade. A prefeitura local poderá indicar quais os documentos necessários para a formalização do projeto de horta comunitária.

7. Organização de trabalho

Uma horta comunitária é um projeto que mexe com os ânimos de solidariedade de todos – arregaçar as mangas, em grupo, dá uma força maior ao ideal. Mas, é fundamental que o trabalho seja bem organizado – em escalas, em turnos, com responsabilidades claras e definidas.

Quanto é necessário para começar?

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O capital inicial para qualquer projeto vai depender do que se desenhou para este e de que condições objetivas já se dispõe – terreno plano, água perto, declividade mínima, gente que entende, enxadas e pás, sementes doadas, são alguns itens que vão baratear bastante o “pontapé inicial”.

Segundo a experiência da ONG Cidade Sem Fome, que atua na formação de hortas comunitárias, na cidade de São Paulo, a preparação de um terreno de 5 mil metros quadrados, para implantar uma horta, terá um custo de até R$ 30 mil.

Neste custo se incluem os trabalhos de limpeza, terraplanagem, assessoria técnica, combustível e outros. Mas, se a comunidade só considerar o custo da montagem dos canteiros, sistema de irrigação, aquisição de sementes e o plantio das primeiras mudas, o capital inicial é bem mais acessível, R$ 2 mil, segundo o técnico agrícola Anderson Caetano.

Alguns projetos que podem servir de modelo

* Projeto Horta Comunitária: promovendo saúde e bem estar social – Arapongas

* Projeto de Horta Orgânica Epagri – Santa Catarina

* Hortas comunitárias como atividade promotora de saúde: uma experiência em Unidades Básicas de Saúde

* Horta em escolas de primeiro grau

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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