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Todo mundo se lembra das manifestação de 2013 que ficaram famosas e foram batizadas de “Manifestações de Junho”. O motivo inicial dos protestos foi o aumento de 0,20 centavos no preço da passagem. Por conta da mobilização popular, o reajuste foi cancelado. Agora, a prefeitura justificou que era impossível não aumentar os valores e a condução passou a custar 3,50 reais, fato que reacendeu com tudo, as discussões por novas políticas de mobilidade na maior cidade do Brasil.
Pois bem, no último dia 24 de fevereiro, a Prefeitura de São Paulo, seguindo determinação da Política Nacional de Mobilidade Urbana, lançou o texto base do Plano Municipal de Mobilidade, um documento que irá guiar as políticas públicas nessa área pela próxima década, em algo semelhante ao novo Plano Diretor aprovado em 2014 e que irá determinar o crescimento urbano da cidade pelos próximos 16 anos.
Esse texto está aberto para consulta e participação popular tanto online (por meio de formulário notavelmente limitado), quanto via reuniões e audiências – informações detalhadas sobre como participar estão disponíveis aqui.
O Greenpeace entra na história por ter acompanhado todo o processo das políticas de mobilidade de São Paulo e também pelo interesse em reduzir as emissões de gases que provocam o efeito estufa – São Paulo é responsável direto por 26% de todos os gases emitidos no país – por meio dos transportes, a entidade apresentou cinco propostas de mudança no texto base, divididas em cinco seções para ter a certeza de que o plano também será benéfico para o meio ambiente.
Aqui deve-se definir um limite de 180 dias depois da publicação do plano para se instituir metas qualitativas e parâmetros de análise que mostrem como serão feitas as implantações das ações propostas, tudo de forma transparente para a população.
O estudo feito pelo Greenpeace mostra que é possível definir no plano que, até 2030, 75% dos deslocamentos motorizados sejam feitos por transporte coletivo, 25% transporte individual (dentro deste número, 3% incluídos para bicicletas).
Priorizar, urgentemente, a implementação do Plano Emergencial de Calçadas (PEC), instituído pela Lei Municipal 14.675/2008 e regulamentado pelo Decreto 49.544/2008, que atribui à Prefeitura a responsabilidade de reforma ou construção de passeios e/ou calçadas que não atendam às normas previstas nas vias com maior circulação de pedestres.
Um problema muito discutido por aqui, principalmente por conta das novas ciclovias e do pouco entendimento de uma parte da população que se recusa a entender essa forma de transporte por lhe “tirarem” vagas para estacionar em espaço público.
O Greenpeace defende expandir a primeira proposta para incluir áreas de comércio especializado entre as que terão prioridade de vagas no meio fio para carga e descarga, e remover a segunda estratégia que prevê a construção de garagens em áreas de comércio especializado e interesse turístico
É o foco principal do Greenpeace, com sugestão feita com base em estudos intensos da entidade e do ANTP. A primeira etapa deve estipular que até 2017, 10% da frota de micros e ônibus seja composta por híbridos, 10% composta por veículos a gás; 10% composta por veículos elétricos, por meio do trólebus; e 10% composta por veículos a etanol. Em seguida, estipular até 2020 as emissões de gás carbônico (CO2) originárias do transporte público coletivo diminuirão em 30% com relação ao cenário atual.
As cinco propostas foram encaminhadas pelo Greenpeace no início desta semana, dia 09, para o Prefeito Fernando Haddad e ao Secretário de Transportes, Jilmar Tatto. O Greenpeace aguarda o retorno da prefeitura de São Paulo.
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Fonte foto: greenpeace.org.br
Categorias: Locomover-se, Transportes
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