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O presidente Barack Obama, em sua tentativa de reduzir a emissão de gases dos Estados Unidos terá uma pequena grande ajuda: estudos recentes sugerem que os norte-americanos estão comprando menos carros, dirigindo menos e tirando menos carteiras de habitação a cada ano que passa.
Os Estados Unidos com suas fronteiras amplas e seus ideais de bairros planejados e distantes do centro – chamados subúrbios – foi por muito tempo uma das principais culturas automotivas.
Afinal, é o berço de modelos como o T, da Ford; a casa de Detroit; o local onde o cantor Wilson Pickett imortalizou a canção “Mustang Sally”- que falava do carro Mustang – e os Beach Boys, “Little Deuce Coupe”, em referência ao modelo Coupe.
Mas o caso de amor duradouro do EUA com o automóvel parece estar esfriando. Quando comparados ao crescimento populacional, a quilometragem percorrida por motoristas nos EUA atingiu seu ponto máximo e 2005 e caiu fortemente, mais tarde, de acordo com analistas.
Em abril de 2013, já havia ocorrido uma redução da ordem de 9% no número de quilômetros dirigidos per capita.
Essa mudança de perfil também é atrelada, sem dúvida alguma, à recessão, afinal, americanos sem dinheiro não poderiam comprar carros novos. Já outras pessoas, sem emprego, não iriam mesmo precisar de carros para irem ao trabalho
Caso esse padrão persista – conforme a visão de muitos sociólogos – haverá implicações benéficas em relação às emissões de carbono ao meio ambiente, já que o transporte é a segunda fonte de emissões dos EUA, apenas atrás da indústria.
Entretanto, pode haver um cenário negativo para a indústria automobilística. De fato, as companhias como a Ford e a Mercedes já estão se reposicionando no mercado, como empresas de “mobilidade”, com um leque de produtos que vai além do automóvel pessoal.
Entre os fatores apontados por especialistas, a respeito das mudanças de comportamento do público norte-americano, temos: as telecomunicações amplificadas pela internet, que permitem que as pessoas estejam em contato mais próximo, mesmo que não tenham de estar fisicamente presentes. A revitalização dos bairros centrais faz com que os subúrbios tenham menos apelo; há também serviços de aluguel de carros, ou de carona compartilhada para ir ao trabalho, entre outros.
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Em Nova York e em outros pontos do país crescem o número de programas de compartilhamento de bicicletas e de compartilhamento de carros, que é uma tendência dos países desenvolvidos do planeta.
Infelizmente, não se trata de uma tendência uniforme pelo mundo. Enquanto o presidente Obama tenta desencorajar o uso de carro, na China, a compra de automóveis está em franca ascensão, em um crescimento de 10% ao ano.
Enquanto os Estados Unidos estão entrando na fase do pós-consumismo, no Brasil, provavelmente a maioria ainda sonha com um carro importado e a cultura automobilística ainda é a de que o carro é um objeto de uso pessoal que no máximo pode ser dividido com os familiares de dentro de casa. Tio, sobrinho, cunhado, nem pensar. Carsharing e carona compartilhada, são ideias muito difíceis de pegarem, embora o trânsito nas grandes cidades, nos empurre para alternativas ao uso do carro.
Fonte foto: an old american car in the sun
Categorias: Carro, Locomover-se
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