Você sabia no dia 22 de setembro se celebra o Dia Mundial sem Carro? Pois é, aqui em São Paulo, e acredito que no restante do país, as pessoas continuaram a utilizar seus veículos sem se importar com a data, mas isso não significa que o dia passou incólume. Nada disso! O Dia Mundial sem Carro também serve para promover importantes debates sobre mobilidade urbana em diversas regiões do Brasil, envolvendo principalmente o número exagerado de carros nas grandes metrópoles e os problemas que disso advém, nos levando a pensar em alternativas de transporte, como a bicicleta.
Mas para a bicicleta realmente funcionar como meio de transporte, é preciso dar vazão a este veículo e respeitar seu direito de ir e vir.
É assim que pensa a ONG da Roda da Paz por meio de sua coordenadora, Renata Florentino, que afirma ser necessário repensar o desenho urbano para buscar cidades mais humanizadas. Ou seja, o espaço viário não pode ficar a cargo somente dos carros, as bicicletas devem receber o seu devido espaço, que vai muito além da simples recreação nos parques.
E o Pedala Manaus, na capital do Amazonas, é uma iniciativa que tinha, primeiro o objetivo de reunir amigos para pedalar, como acontece em vários locais pelo Brasil, depois se tornou algo mais. A ideia cresceu e se tornou em um centro de promoção deste sustentável meio de transporte. Claudia Oliveira, uma das coordenadoras do grupo, afirma que o “grupo ainda promove passeios noturnos, mas também realiza atividades educativas e interlocução com o poder público”.
Essa ideia recebeu a inspiração histórica dos passeios de bicicleta conhecidos como “Critical Mass“, “Massa Crítica” ou, como ficaram conhecidas por aqui, as “bicicletadas“. Tudo começou nos Estados Unidos, na década 1990, e em expansão no Brasil na década de 2000, o movimento busca um novo modelo de cidades baseado nas pessoas e não em carros.
E o movimento surtiu efeito em Manaus, mais precisamente nos Planos Diretores das cidades, que agora (algumas) até disputam para ver qual município fará mais ciclovias.
Evidentemente, a ciclovia não basta. É preciso normas educativas no trânsito dos carros e dos pedestres, além dos próprios ciclistas que não podem ter a mesma atitude intolerante dos carros só por estarem nas pistas. O bom e velho “rua não é lugar de pedestre, e sim na calçada”. Nada disso.
Outras ações como a diminuição da velocidade máxima dos veículos também colabora com a implantação das bicicletas como meio de transporte, além de diminuir as chances de acidentes. Exatamente como tem acontecido em São Paulo com a normas de redução de velocidade do prefeito Fernando Haddad. Antes tão criticadas, não somente os atropelamentos caíram em mais de 30% como também o tempo parado nas marginais e outras avenidas afetadas pela redução, diminuiu.
Basta ter a mente a aberta e não ficar presos em velhos dogmas e costumes para aceitar que a bicicleta é sim um meio de transporte e que chegou para ficar.
Aliás, em São Paulo as ciclovias já aumentaram o número de ciclistas em mais de 40%, conforme divulgação da Companhia de Engenharia e Trafego (CET), no dia 21 de setembro.
Categorias: Bicicleta, Locomover-se
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