Lixo plástico aumenta na pandemia e reciclagem do material diminui no Brasil


A pandemia de Covid-19 fez com que o consumo de plástico aumentasse, seja pela facilidade do delivery quanto pela necessidade do uso de materiais hospitalares como máscaras e luvas. Em contrapartida, a reciclagem de plástico no Brasil diminuiu e um dos motivos é a proibição dos mutirões de limpeza.

Consumo de plástico aumenta na pandemia

Um estudo realizado pela Fundação Heinrich Böll aponta que o Brasil recicla apenas 1,28% do lixo plástico que é consumido no país. Desse percentual, cerca de 90 a 170 mil toneladas de plástico vão parar no oceano, agravando ainda mais os problemas ambientais.

O Plano Nacional de Combate ao Lixo do Mar, criado em abril de 2019, está parado desde março devido à pandemia e os R$ 40 milhões destinados para ele ainda não foram desembolsados, pelo mesmo motivo.

Segundo informações das autoridades envolvidas, ainda não há previsão para o retorno das atividades de limpeza das praias.

https://www.greenme.com.br/morar/arte-urbana/8953-arte-nos-bueiros/

Reciclagem de plástico no Brasil

De todo o lixo que é produzido no Brasil, cerca de 13,5% é plástico e desse percentual, apenas 1,28% é reciclado. Isso ocorre porque a maioria dos brasileiros (75%) não separa o lixo orgânico dos demais, segundo dados extraídos de uma publicação da BBC News Brasil.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos, foi criada em 2010 com o objetivo de reduzir o impacto dos resíduos sólidos no meio ambiente. No entanto, alguns fatores como a dupla tributação e a falta de incentivo à reciclagem no país, levou o plano ao fracasso, dez anos depois.

A Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico) aponta que os principais motivos para o baixo índice de reciclagem no país são:

  • o descarte inadequado,
  • a falta de coleta seletiva,
  • a baixa infraestrutura para reciclagem e
  • as dimensões continentais que tornam a reciclagem inviável em algumas regiões.

Contudo, o Ministério do Meio Ambiente anunciou que alguns projetos saíram do papel em 2019, como por exemplo o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão de Resíduos Sólidos (SINIR). Esse instrumento comporta medidas de apoio a municípios e consórcios e sistemas de logística reversa para setores de eletroeletrônicos, baterias automotivas de chumbo e medicamentos.

A Abiplast elogia a iniciativa, mas lembra que ainda há muito o que ser feito. A responsabilidade de fazer a reciclagem do plástico acontecer deve ser compartilhada com todos os envolvidos: Indústria, Executivo, Ministério Público, Estado e, principalmente, consumidores.

Em paralelo à Política Nacional de Resíduos Sólidos está o Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar, citado anteriormente. Este plano foi desenvolvido com o intuito de incentivar a redução do consumo e da produção de plástico, bem como de banir o uso de plásticos descartáveis (de uso único).

Contudo, o problema não está no uso do plástico em si, mas sim na conscientização das pessoas sobre a importância dele e essa é a verdadeira raiz do problema. Reduzir o consumo do que não é reciclável e reaproveitar o que é, são a chave para diminuir a poluição do planeta, seja por plástico ou qualquer outro resíduo produzido por cada um de nós diariamente.

Mas a culpa não pode recair somente sobre o consumidor final. Governos devem incentivar o desenvolvimento e uso de materiais sustentáveis que substituam o plástico. Ideias não faltam.

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Eliane A Oliveira

Formada em Administração de Empresas e apaixonada pela arte de escrever, criou o blog Metamorfose Ambulante e escreve para greenMe desde 2018.


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