A foto de um buraco negro no coração da Via Láctea


Mistérios infinitos na grandeza do Universo. No coração da Via Láctea, que é apenas uma entre bilhões de galáxias, existe um buraco negro que mede cerca de 4 milhões de vezes a massa do Sol.

Nesta quinta-feira, 12, pesquisadores do projeto Event Horizon Telescope divulgaram a segunda foto já tirada de um buraco negro supermassivo.

A segunda foto histórica está mais perto de nós. Trata-se do Sagitário A*, um gigantesco buraco negro supermassivo que pesa quatro milhões de sóis, que gira no centro da Via Láctea e está situado a cerca de 26.000 anos-luz de distância da Terra.

Um poço sem fundo no espaço-tempo rodeado por um disco brilhante feito de matéria turva.

“Hoje, o telescópio do Event Horizon tem o prazer de compartilhar com vocês a primeira imagem direta do gentil gigante no centro de nossa galáxia, Sagitário A*”, disse Feryal Ozel, da Universidade do Arizona, durante uma coletiva de imprensa anunciando a conquista.

“Eu o conheci há 20 anos e adorei e tentei entendê-lo desde então. Mas até agora, não tínhamos a imagem direta confirmando que Sagitário A* fosse de fato um buraco negro.”

Luz em torno da escuridão

A imagem mostra um anel fotônico, feito de luz laranja brilhante, em volta de um poço de escuridão onde, a um passo dele, estrelas, planetas, poeira e até luz estariam perdidos para sempre, pois nenhuma luz pode escapar do próprio buraco negro.

“A luz que está muito perto do buraco negro, perto o suficiente para ser engolida por ele, eventualmente cruza seu horizonte e deixa para trás apenas um vazio escuro no centro”, disse Ozel.

As imagens foram feitas graças à colaboração global de cientistas que, combinando dados de oito observatórios ao redor da Terra, conseguiram a proeza.

Mas o que se vê, na verdade, não é a foto direta de um buraco negro, e sim a sua silhueta cercada por um disco giratório de gás e poeira que brilha porque acelerados e aquecidos pela poderosa atração gravitacional.

Para que serve estudar um buraco negro? O que se coloca em jogo é se a física tal qual a conhecemos hoje, especialmente a teoria da relatividade de Einstein, se mantém em um ambiente extremo ao redor de um buraco negro supermassivo.

Sagitário A* pode ser a coisa mais massiva da nossa galáxia.

Como dizia Shakespeare: “Há mais mistérios entre o Céu e a Terra do que sonha a nossa vã filosofia”.

Leia mais sobre esse achado astrofísico nestas publicações da Astrophysical Journal Letters.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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