Entre mais de 360 mil propostas, Tupi e Guarani serão nomes de estrela e planeta


Geralmente, os nomes atribuídos a corpos celestes são compostos de letras e números que representam a localização deles no universo. Embora a descoberta desses astros seja fascinante, seus nomes de batismo são muito pouco interessantes, às vezes.

Entretanto, desta vez, a União Astronômica Internacional (IAU) resolveu inovar. A entidade, que acaba de completar 100 anos, convidou mais de 110 países para batizar exoplanetas, que são planetas que se encontram fora do Sistema Solar.

A IAU recebeu mais de 360 mil propostas. As enviadas pelo Brasil prestaram uma homenagem aos povos indígenas tupi e guarani, como informa o G1.

O público brasileiro pôde propor nomes para a campanha de junho a setembro deste ano. Foram recebidas 977 sugestões de pares de nomes para batizar os exoplanetas. A “dupla” que recebeu mais votos foi a tupi e guarani – 7 mil no total.

Em substituição ao nome “HD 23079 b”, este planeta agora se chama “guarani” e a sua estrela hospedeira, a “HD 23079”, foi nomeada de “tupi”.

Isso significa que qualquer pesquisa feita nos exoplanetas terão de mencionar sues novos nomes. Outros países que enviaram sugestões foram:

  • Irlanda – escolheu nomes dos cães mitológicos Bran e Tuiren;
  • Jordânia – escolheu nomes das cidades antigas e protegidas ao sul do país Wadirum e Petra;
  • Malaisia – escolheu os nomes, na língua malaia, Baiduri e Intan;
  • Burkina Faso – escolheu os nomes dos rios do país Nakambé e Mouhoun.

A Organização das Nações Unidas (ONU) escolheu 2019 como o “Ano Internacional das Línguas Indígenas“, o que representou um incentivo aos países onde elas são faladas sugerir palavras do léxico usadas pelos povos tradicionais.  A Argentina, por exemplo, escolheu os nomes “Naqaya”, para o exoplaneta, e “Nosaxa”, para a estrela, ambasda língua da comunidade indígena Moqoit.

De acordo com o copresidente do comitê gestor da campanha, Eric Mamajek:

“As observações astronômicas levadas até agora descobriram mais de 4 mil planetas ao redor de outras estrelas — os chamados exoplanetas. O número de descobertas continua a dobrar a cada 2 anos e meio, revelando novas populações notáveis de planetas e colocando nossa própria Terra e o Sistema Solar em perspectiva”.

A IAU, que é uma organização da qual participam 13,5 mil astrônomos de mais de 100 países, é a responsável internacionalmente por escolher as denominações dos corpos celestes.

No caso brasileiro, estamos muito bem representados, já que os povos indígenas não apenas olham como, também, veem o céu!

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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