Ceres é o maior corpo do cinturão principal de astereoides do Sistema Solar e está localizado entre Marte e Júpiter, embora seja um planeta-anão.
A comunidade científica procurava indícios de que Ceres tivesse uma família de fragmentos oriundos de colisões ao longo de bilhões de anos.
Finalmente, os vestígios apareceram. Um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em colaboração com o Southwest Research Institute, dos Estados Unidos, encontrou indícios de uma possível família dispersa do planeta-anão. O relato da descoberta foi publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
O grupo identificou um conjunto de 156 asteroides, em uma região do cinturão principal de asteroides, o qual pode ser fragmentos de Ceres.
“O fato de ainda não se ter encontrado até agora uma família de asteroides de Ceres representa um dos maiores problemas da dinâmica dos asteroides. A descoberta de uma possível família deste corpo pode contribuir para entendermos melhor a história do Sistema Solar”, explica Valério Carruba, professor da Unesp e principal autor do estudo.
Ceres é um planeta-anão que possui 900 quilômetros (km) de diâmetro. As técnicas usuais de observação de famílias de asteroides não haviam, ainda, conseguido detectar nenhuma família de Ceres. “As técnicas usuais para identificação de famílias de asteroides se concentram em observar objetos vizinhos a Ceres na região central do cinturão principal de asteroides”, explicou Carruba.
Outro problema para a identificação é que na região central do cinturão principal há uma grande concentração de asteroides de tipo C, os quais refletem pouca luz.
Provavelmente, os fragmentos de Ceres podem ter se espalhado por uma área muito maior do cinturão principal e seriam significativamente mais distantes entre si.
Baseados nessas evidências, os pesquisadores resolveram observar uma região primitiva do cinturão de asteroides.
Eles levantaram a hipótese de que os fragmentos de Ceres podem ter alcançado essa região do cinturão principal de asteroides que foi esvaziada durante uma fase de bombardeio, ocorrida entre 4,3 e 3,8 bilhões de anos atrás. Estima-se que nesse período um grande número de asteroides atingiu o Sistema Solar, provocando o aumento de crateras na Lua e em outros corpos.
Os resultados das análises indicaram que 156 objetos na região apresentam características compatíveis com os asteroides do tipo C, iguais aos de Ceres.
“Ainda não há uma prova definitiva de que exista uma família de Ceres, porque esses objetos que identificamos são candidatos do tipo C, e ainda não foram obtidos espectros completos no visível e no infravermelho para confirmar a classificação. Mas há provas circunstanciais bastante fortes”, afirmou Carruba.
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Fonte foto: uol
Categorias: Informar-se, Universo
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