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Algo que parece acompanhar o homem desde seu surgimento na Terra é a busca pela perfeição.
Desde que a vida humana começou a se expandir nesse planeta, cada vez mais essa busca tem inquietado mentes e corações, provocando dilemas, conflitos internos e indagações.
Para encontrar respostas a essas indagações relacionadas ao que, de fato, é a perfeição, surgiram as religiões, a filosofia e a psicologia. Contudo, por mais que esses conhecimentos busquem respostas, sempre fica uma lacuna e um vazio, porque na prática, há um campo infinito para a vivência e a descoberta do que é e representa a verdadeira perfeição.
Para clarear essa caminhada em busca de entender o que significa a perfeição, este conteúdo traz informações que irão ampliar nossa compreensão, esclarecendo o significado da perfeição em vários sentidos:
Perfeito do latim perfectum significa completo, feito até o fim.
No sentido literal, perfeição pode ser definida através dos seguintes significados:
A palavra perfeição se desdobra em vários outros significados que representam sinônimos como:
A filosofia sempre foi uma ferramenta em busca das respostas para as perguntas que nos afligem, entre estas, o que seria a almejada perfeição.
Vários filósofos buscaram compreender o que representa a perfeição na vida humana, e deixaram suas visões para ampliar nosso questionamento sobre os fatos.
Dentre eles, temos:
Para Platão, filósofo grego da antiguidade, a realidade física é uma projeção deformada de uma dimensão transcendental, da qual tudo tem origem; O Mundo Ideal ou Mundo das Ideias.
Platão via o mundo material como algo ilusório e atribuía a causa disso ao fato do ser humano negar ou não perceber a verdadeira realidade.
Este filósofo relacionava a Perfeição ao Mundo das Ideias, porque para ele é onde reside o absoluto, imutável e a origem de tudo.
Segundo Platão, o mundo material representa uma cópia imperfeita do Mundo das Ideias.
O Mundo das Ideias também tem relação com a capacidade humana de abstrair, pensar, criar e perceber o sentido das experiências para alcançar a verdade.
O filósofo contemporâneo Friedrich Nietzsche combatia a ideia de perfeição.
Ele acreditava que o ideal de perfeição poderia levar o ser humano à idolatria, influenciando-o e condicionando-o a um modelo de perfeição projetado naquele que é idolatrado.
Nietzsche alertava sobre o perigo de se tornar seguidor de um ídolo, pois em nome dessa visão distorcida da perfeição, pessoas passam a viver em função daquele que elegeram como modelo de perfeição.
E Nietsche tinha razão. Pois ao longo da história humana, muitos mataram e morreram em nome de um ídolo que de perfeito não tinha nada. Era pura ilusão!
Já para o filósofo moderno Baruch Espinoza, a perfeição que as igrejas pregam, é algo que foge da realidade, e por isso é inatingível e ilusória.
Para Espinoza, a existência é perfeita, pois é palpável, concreta e realista e não um ideal a ser alcançado no futuro ou além da vida.
Sendo assim, segundo a visão de Espinoza a perfeição anda de mãos dadas com a existência.
Seguindo os princípios da filosofia de Espinoza, a perfeição está contida na natureza, em cada ser vivo e na consciência que move o homem.
Espinoza via na existência a possibilidade de viver a perfeição dentro da imperfeição, ou seja, através das experiências neste mundo físico, e na percepção da realidade, através dos sentidos e da inteligência.
Nesse contexto, quando tornamos real um profundo anseio, algo que vem de nossa essência e de nossa natureza íntima, já estamos sendo perfeitos.
Em suma, a liberdade é a expressão da perfeição.
Quando fragmentamos a realidade em perfeição e imperfeição, criamos um conflito e com isso produzimos sofrimento.
Da busca por ser perfeito pode advir o aprisionamento mental em um mundo idealizado.
Além disso, a perfeição quando é vista de forma distorcida se torna perfeccionismo, e em busca de querer ser melhor a todo custo, encobre-se e se exclui uma imperfeição necessária para que se possa reconhecer a própria fragilidade, e enxergar as sombras que precisam ser encaradas.
Sendo assim, o perfeccionista se torna obcecado pela perfeição e passa a exigir demais de si e dos outros, e disso se origina muito desgaste e desequilíbrios, até em relação à própria saúde.
O perfeccionista em nome da perfeição carrega fardos desnecessários e acaba tendo dificuldades de se relacionar com as outras pessoas por criar expectativas demasiadas em relação a elas ou a si mesmo.
Do perfeccionismo advém a frustração e a desilusão, pois não conseguimos ser 100% o tempo todo.
Veja neste vídeo, a psiquiatra Dr. Marilza Matheus dizendo porque a busca excessiva por ser perfeito é destrutiva:
Como dito, em busca da realização do ideal da perfeição uma pessoa querendo ser perfeita, pode se tornar perfeccionista. Com isso, obcecada pelos detalhes, excessivamente exigente e controladora, ao contrário de perfeita pode vir a desenvolver neuroses, autocobrança, culpa, frustração e até psicopatias.
Ser perfeito é entender que perfeição não existe.
Para evitar que o idealismo excessivo por ser perfeito atrapalhe sua vida, seja em que área da vida for, seguem algumas dicas da psicologia:
Esse vídeo de Leandro Karnal fala sobre a necessidade de se conhecer para entender a perfeição como um processo de transformação, de crescimento pessoal que vai até o fim.
https://youtu.be/z6_wYRgMEVU
Vendo sobre uma perspectiva realista e existencial, ser perfeito é reconhecer nossa imperfeição e nela permitir que se pronunciem nossos dom, aptidões, habilidades e qualidades.
Sob essa ótica, plenitude não é ser perfeito, mas é ser inteiro e verdadeiro consigo mesmo.
É no cotidiano imperfeito que podemos cultivar nossas virtudes e desenvolver a consciência. Enfim, nos aprimorarmos como seres.
Para os antigos alquimistas, para chegar à perfeição precisamos transformar o chumbo em ouro.
O chumbo de nossa personalidade, nosso ego e nossos defeitos, no ouro da liberdade de ser, sem nos influenciar pelo orgulho, vaidade, egoísmo, vergonha, culpa, medo e inveja.
Hoje em dia, inclusive o ideal de perfeição é usado como isca pela publicidade. Celebridades, igrejas, empresários, vendedores de autoajuda e políticos, usam esse ideal para controlar massas, ter seguidores e obter riqueza e sucesso.
Muitas pessoas influenciadas pelos apelos das redes sociais e das mídias, vivem em função do seu ideal de perfeição, esquecendo de si mesmas. E vidas se anulam em função disso.
É preciso abrir mão dessa busca ilusória de perfeição e ser real na imperfeição.
A nossa verdadeira natureza é morada da perfeição. Dessa forma, estaremos sendo perfeitos na imperfeição.
E para inspirar a aceitar essa perfeita imperfeição, segue uma reflexão sobre isso, narrada por Sérgio Ricardo Evangelista,neste vídeo do seu canal Palavras de Gratidão:
Ao longo da evolução humana, a perfeição tem sido definida como a reunião de qualidades, de virtudes completas e potencialidades realizadas que nos levam à Maestria.
Com o passar do tempo, o sentido da perfeição tem passado a ser percebido de uma forma mais próxima da realidade humana, através da qual se assume uma conotação mais simples e natural relativa à natureza de cada um ser o que é.
Para ficar mais claro, as árvores, as nuvens, as estrelas são perfeitas porque naturalmente são o que são!
Cabe a nós perceber a nossa própria perfeição.
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