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O pavão é uma linda ave originária da Ásia. Encanta os olhos ver no topo de sua cauda – que chega a ter dois metros de comprimento, em torno de 200 penas que se abrem como um leque – que em cada uma das fileiras de penas há um ocelo (pequeno olho) redondo, colorido e com uma aparência cintilante que confere às plumas uma beleza exótica. Sua cauda é uma arte viva que o ser humano cobiça, arranca, comercializa e utiliza para ostentar como objeto de enfeite, fantasia e decoração.
Sobre esta ave extraordinária, vamos saber mais.
Espécies:
O pavão pertence aos gêneros Pavo e Afropavo da mesma família dos faisões. Estas aves se alimentam de insetos, sementes, frutas e outros vegetais.
O pavão roda na época de acasalamento para chamar a atenção da fêmea. A roda também tem outra finalidade, pois é utilizada pelo pavão como defesa para afugentar os predadores com o seguinte mecanismo: ele abre a cauda em leque para aumentar seu tamanho e mostrar-se maior, intimidando o predador. Mas logo que fica livre da ameaça, fecha a cauda e sai de cena, afastando-se do perigo.
Durante o período de acasalamento os pavões realizam um ritual de acasalamento, o macho se agita diante da fêmea para chamar a sua atenção realizando vários movimentos principalmente abrindo sua cauda em leque e emitindo gritos como sinal que quer acasalar com a fêmea. Quando o acasalamento ocorre, a pavoa põe entre 4 a 8 ovos que chocam após 28 dias.
Pavão-indiano:
Pavão-verde:
Pavão-do-Congo:
O Carnaval é uma festa típica brasileira e internacionalmente conhecida, mas nem todo mundo sabe o que está por trás das fantasias exóticas e exuberantes usadas nos desfiles.
As plumas e penas que enfeitam as musas nos desfiles carnavalescos provêm de aves como o faisão, pavão, ganso e avestruz. E essas penas não caem sozinhas não! O processo de extração das penas é muito doloroso e sofrido. Estas aves são criadas em países como África do Sul, China e Índia que comercializam suas penas para o resto do mundo, principalmente para o Brasil, que as importa em função do Carnaval.
O processo para se obter as penas destas aves é cruel e frio: levanta-se o pescoço delas com suas patas amarradas para ir arrancando cada uma de suas penas.
Devido à dor provocada pela extração das penas, as aves chegam a ter fraturas de tanto se debaterem. Elas ficam sem penas e com a pele desprotegida exposta ao sol, sujeitas à graves infecções.
Existem alternativas substitutivas das penas destas aves que podem ser vegetais, de papel ou sintéticas e já existe algumas escolas de samba que estão se conscientizando e fazendo suas fantasias com esse tipos de materiais, transformando o Carnaval em uma festa mais humanizada para com todos os seres.
O pavão é um animal considerado místico na Índia e outras partes do Oriente. A roda que esta ave realiza com sua cauda, representa o movimento do Cosmos. As penas do pavão caem no inverno para novas nascerem. Na primavera as penas ficam todas renovadas. Por isso, esta ave é símbolo de renovação, imortalidade e renascimento para muitas culturas.
Em termos esotéricos a mudança das penas da cauda do pavão significa a capacidade de transmutação de nossa energia de densa para elevada, e os ocelos das penas na cauda simbolizam a Onisciência Divina, Os Olhos que Tudo Veem.
A coroa na cabeça desta ave se assemelha à uma estrela de seis pontas, simbolizando a conexão com o espiritual, a eternidade e a totalidade
A simbologia mística do pavão está associada ao Paraíso por sua beleza e harmonia de suas formas e cores, remetendo ao sentido da perfeição.
Outro significado dessa ave está relacionado ao fato de ela comer plantas venenosas e até se alimentar de cobras sem sofrer qualquer consequência. Por isso, essas aves representam imortalidade, invencibilidade, regeneração e transmutação.
O pavão simboliza, em linhas gerais:
Religião Hindu
Para os hindus, o pavão é considerado um animal sagrado e é possível vê-los andando livremente nos templos na Índia, sendo alimentados pelos sacerdotes.
No hinduísmo o pavão está associado à deusa Lakshmi. Suas penas representam qualidades da deusa como: bondade, paciência, prosperidade e bem-aventurança.
Segundo uma lenda hindu, um formoso pavão ao ouvir Krishna tocar sua doce flauta, deu-lhe de presente a sua mais bela pena.
Krishna fez uma coroa com a pena que recebeu como presente, simbolizando o domínio sobre a vaidade e a luxúria, através da força de vontade, humildade e luz da consciência.
Budismo
Para os budistas, o pavão representa pureza.
O pavão representa um bodisatva que atingiu a maestria e, mesmo podendo viver em dimensão superior (Nirvana) fica na Terra para ajudar a Humanidade a encontrar o caminho da elevação.
As penas da cauda do pavão para os budistas, representam abertura e autenticidade, pois estas aves ao abrirem suas caudas se mostram inteiramente como são.
No Budismo, o fato da ave se alimentar de plantas venenosas, representa a capacidade de crescer em meio o sofrimento.
Tradição Sufi
No Sufismo, a parte esotérica do Islamismo, diz-se que, quando a Luz se manifestou e o Self, o Eu Superior, olhou sua imagem refletida em um espelho pela primeira vez, viu a imagem de um pavão com a cauda aberta. Segundo a mística Sufi, os ocelos presentes na cauda do pavão simbolizam virtudes do Espírito que enxergam e irradiam através do “Olho do Coração”.
Xamanismo
O ensinamento Xamã considera o Pavão um símbolo de magia, bondade e espiritualidade. No Xamanismo, o pavão está associado à ressurreição e na prática Xamã, o totem do pavão nos auxilia a “renovar nossas penas” do passado, para podermos revelar nossas potencialidades e nos expandir.
Teosofia
Segundo criadora da Teosofia Helena Blavatsky: o “olho” da pena do pavão é associado à glândula pineal, por isso ela representa as faculdades espirituais, a intuição, o sexto sentido e a clarividência.
Na Teosofia o pavão é “emblema do despertar espiritual e da Iniciação”, representando Sabedoria e o Conhecimento Superior.
Cristianismo
Para os cristãos, o pavão-branco é associado a Cristo Jesus, simbolizando a ressurreição, com sua cor branca representando a força do Espírito Santo.
O pavão evoca atributos de Cristo como elevação, expansão e transformação. Por isso, é um símbolo espiritual associado ao despertar, à purificação, à espiritualidade e à iluminação.
Zeus era esposo de Hera, mas um dia se encontrou com a ninfa Lo. Hera ia se aproximando do local onde Zeus e Lo estavam, quando ele percebeu que iria ser pego em flagrante transformou a ninfa em uma novilha (vaca jovem).
Suspeitando que estava sendo enganada, Hera pediu à Zeus que lhe desse a novilha de presente e, para não gerar desconfiança ele atendeu seu pedido.
Hera incumbiu seu fiel servo Argos, um gigante com cem olhos, para tomar conta e vigiar a novilha e mesmo dormindo ele a vigiava com metade de seus olhos abertos
Zeus para salvar a ninfa Lo pediu a Hermes que a libertasse.
Tocando uma melodia, Hermes fez com que Argos adormecesse e fechasse todos os seus olhos.
Hermes acabou tirando a vida de Argos e libertou a jovem.
Hera soube da morte de Argos e ficou muito triste. Para eternizá-lo, ela pegou os olhos dele e colocou-os na cauda de seu pavão sagrado.
Um jovem chamado Adi queria ir em busca de mais conhecimento. Seu professor o orientou a ir para o sul descobrir o significado do pavão e da cobra.
Depois de uma longa trajetória, Adi chegou ao Iraque, onde conheceu esses animais. Ao conversar com eles, Adi resolveu falar sobre os méritos de cada um.
O pavão disse ser o mais importante por simbolizar o Ser, a aspiração, a beleza celestial, o conhecimento das realidades mais elevadas que estão ocultas no ser humano.
A cobra, por sua vez, disse que simbolizava tudo que o pavão havia descrito, mas além disso, ajudava o ser humano a recordar de si mesmo, por ela viver sobre a Terra.
Não concordando com a cobra, o pavão ainda disse que ela era perigosa e dissimulada.
Em resposta ao pavão, a cobra disse que tinha muitas qualidades e que não só ela tinha defeitos, mas ele também, pois era era vaidoso, ostensivo e esquisito. O jovem Adi ao testemunhar a discussão, resolveu intervir e disse que ambos representavam um ensinamento para a humanidade.
Adi disse que o ser humano se parece com a cobra que rasteja no chão, mesmo tendo capacidade de se elevar. E para o pavão, Adi disse que o que impede o ser humano de ascender é a vaidade.
E para concluir, Adi disse que ambos, pavão e cobra, representam potenciais do ser humano que não foram realizados, e que isso nos serve como mensagem de sabedoria.
Existem momentos em que, como o pavão abrindo sua cauda, precisamos nos abrir, mostrar nossa luz e apresentar nossas potencialidades ao mundo.
Assim como o pavão troca suas penas, nós também precisamos mudar nossa maneira de ver a vida.
Há fases em que precisamos nos renovar, substituir velhas crenças por novas ideias, expandir nossa consciência e ampliar nossa realidade.
É muito bom refletir e aprender com a simbologia dos animais.
Fonte: Wikipedia
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