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Como bem diz a tirinha do Armandinho, logo aqui abaixo, afinal perguntamos: “e a versão dos índios, qual é?
A história escrita conta uma versão – a do homem branco, do colonizador, do ocupador das terras que antes já tinham dono. É sempre assim: toda história é contada, e escrita, pelo vencedor, ou pelo mais poderoso. Sim, é o colonizador, o branco, o dito “civilizado” que é o mais poderoso, historicamente mas, vamos lá, existe outra versão, certo?
O índio na história – povos massacrados, escravizados, sempre resistentes e, vencedores, pois aí estão até hoje.
É preciso lembrar dos séculos de luta pela preservação da vida.
Sonia Guajajara na defesa indígena, Câmara de Deputados 2013 contra a PEC 215. E a luta constante pela demarcação das terras ancestrais
“Os povos indígenas encaram o Dia do Índio (19 de abril) como um dia de reflexão e luta”, Neste ano a comemoração do dia do Índio tem que falar disso – das mortes violentas nos conflitos de terra -” está ficando cada vez mais difícil ser indígena no Brasil”, diz Voninho Kaiowá, do Mato Grosso do Sul.
“Além de todas as disputas por nossas terras e o preconceito que sofremos, temos que lutar também contra esse bombardeio de retrocessos em nossos direitos, como todo o povo brasileiro”.
Com o tema “Unificar as lutas em defesa do Brasil Indígena. Pela garantia dos direitos originários dos nossos povos” estão lá reunidas as mais importantes lideranças dos povos indígenas do território brasileiro.
Um dos principais pontos de luta atual, junto com a demarcação das terras indígenas, é a preservação da FUNAI – Fundação Nacional do Índio, órgão federal em vias de extinção.
De acordo com a Funai existem no nosso país 462 terras indígenas e a maioria ainda não foi devidamente demarcada. Nas palavras de Márcia Wayna Kambeba, escritora da etnia Omágua Kambeba: “nós lutamos por um território em que possamos conviver livremente, mantendo nossos rituais, conservando a nossa biodiversidade e tendo essa relação de reciprocidade com a natureza”.
Aqui fala Josiane Tutchiauna:
“ser mulher ticuna na minha geração é ser mulher guerreira, batalhadora, mulher que trabalha continuamente pela defesa do seu povo, de sua comunidade. Ser mulher indígena e ticuna é ser aquela que mantém, lado a lado com os homens indígenas, o espírito guerreiro dos seus ancestrais no seu corpo, na sua alma, sem temer a nada”.
“Somos 305 povos, com mais de 900 mil pessoas e falamos 274 idiomas diferentes”, reforça Voninho. “Garantimos manter o nosso vigor na resistência secular contra as tentativas de nossa destruição. Defendemos nossa cultura, nossas terras, nossa gente”.
“Ser índio não é apenas usar arco e flecha, ter cabelo liso e pintura com jenipapo e urucum. Ser índio é amar a cultura e ter orgulho da sua tradição. É sentir o respeito das pessoas, como as respeitamos”, diz Valdecir Xunu, da Aldeia Flor do Campo, no Rio Grande do Sul.
E, no final, a verdade é que, quando nossos ossos voltam à terra e nossos líquidos alimentem rios e plantas, talvez então nos lembremos, finalmente, de que nós também pertencemos à Terra.
Neste ano de 2017, e em todos os outros, todos os dias são DIA de ÍNDIO
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Foto capa: anovademocracia
Categorias: Informar-se, Povos da Floresta
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