A situação está muito difícil para os povos indígenas, em especial para a etnia Yanomami. Hoje são mais de 700 índios contaminados pelo coranavírus e 7 mortos, incluindo um bebê.
Desde que o Presidente Jair Bolsonaro vetou vários trechos do Projeto de Lei que garantia medidas emergenciais e preventivas aos índios e quilombolas, dentre eles, obrigação do governo em fornecer água potável, higiene, leitos hospitalares e facilidades ao acesso ao auxílio emergencial, pôde-se constatar que eles estavam abandonados à própria sorte.
Com a chegada do coronavírus em março no Brasil, os indígenas necessitavam de proteção especial, principalmente isolamento e retirada imediata dos invasores e garimpeiros da área para evitar contaminação, além de distribuição de equipamentos de proteção, insumos e assistência médica através de um plano de contingenciamento.
Mas desde o início da pandemia nenhuma medida de proteção efetiva foi posta em prática, bem como, em julho, o governo enterrou com pá de cal qualquer possibilidade de ajuda, ao vetar os pontos nevrálgicos do Projeto de Lei nº 1.142/2020, aprovado pela Câmara e pelo Senado, em sua integralidade.
No mesmo dia do veto, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, determinou que o governo adotasse medidas para proteger os índios da pandemia.
Na ocasião, já se somavam mais de 8 mil casos de Covid-19 nas comunidades indígenas, com 184 mortes.
Mas enquanto o governo não toma as medidas necessárias, além da doença, a fome também afeta os povos indígenas por causa das regras de restrição de combate ao coronavírus, como isolamento, quarentena, interrupção provisório dos órgãos e serviços de atendimento, principalmente, os voltados à comunidade isolada.
Por causa desse cenário, foi necessária a intervenção do Ministério público Federal que entrou com ação civil pública pleiteando que o governo seja obrigado, enquanto durar a pandemia, a amparar as comunidades indígenas com kits de cesta básica e produtos de higiene, fornecidos pela Funai com apoio da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
E nesse ciclo terrível de ações judiciais e vetos presidenciais, os Yanomamis continuam perseguidos, assassinados e abandonados.
Em junho, o povo Yanomami implorou por ajuda e atenção da população e dos governantes com a campanha #ForaGarimpoForaCovid de iniciativa de Lideranças Yanomami.
Eles também criaram uma petição pública para pressionar o governo, a meta é atingir 100 mil assinaturas.
“Nós, Yanomami, não queremos morrer. Ajude-nos a expulsar os mais de 20 mil garimpeiros que estão espalhando a Covid-19 em nossas terras.”
Assine a petição, clique aqui https://www.foragarimpoforacovid.org/#assine
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Categorias: Informar-se, Povos da Floresta
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