Povo Guarani-Kaiowá está sofrendo ataques sistemáticos por parte dos ruralistas


No passado 29 de agosto foi assassinado com um tiro no rosto mais um indígena guarani-kaiowá. Simião Vilhalva foi morto em Ñanderú Marangatú, terra indígena tradicional demarcada e homologada desde 2005.

Simião Vilhalva era líder de sua comunidade, lutava pelos direitos indígenas sobre terras ancestrais.

Ñanderú Marangatú teve 9.500 hectares demarcados mas, 10 anos depois a comunidade sobrevive em apenas 150 destes.

O conflito, denunciado pelo CIMI – Conselho Indigenista Missionário, resultou em ataque de homens armados, dispostos a matar, e mataram. Duas crianças indígenas também estão desaparecidas.

Os fazendeiros contratam pistoleiros, os fazendeiros acham que têm o direito de matar. O estado tem sido omisso. A ação violenta dos ruralistas é premeditada – durante uma semana se prepararam para atacar as famílias indígenas

Ñanderú Marangatú- Tekoha

Os assassinatos de lideranças indígenas no município de Antônio João, Mato Grosso do Sul, datam de muitas décadas. Em 1983, na aldeia de Campestre foi assassinado Marçal Tupã’i. Seu sonho era ver seu povo ter as terras tradicionais (tekoha) demarcadas, respeitadas. Dorvalino, outra liderança, foi assassinado em abril de 2000. Muitas mulheres e crianças indígenas são mortas em atropelamentos, pela fome ou outras ações violentas deliberadas.

Até quando?

“Pisaram em cima de nós

Mas ainda temos raiz,

Vamos brotar, crescer

E dar frutos”

(Hamilton Lopes, 15 de dezembro de 2005)

Ministro da Justiça vai lá – vai fazer o quê?

O Ministro foi lá nesta última quarta-feira. Ouviu ameaças dos ruralistas, ameaçou com a força da Lei.

Disse Cardozo: “qualquer manifestação de incitação (à violência) será vista como vrime e objeto de investigação (…) Ou pacificamos ou não há conversa. A lei será cumprida.”

Tomara que o ministro esteja se referindo à lei que protege as comunidades indígenas, que protege os seres humanos, que protege a natureza. Tomara!

Para conhecer melhor a situação, leia aqui sobre a formação da Terra Tradicional Indígena – Ñanderú Marangatú e aqui, sobre a homologada demarcação suspensa e as cinco áreas retomadas.

Leia também: ÍNDICE DE SUICÍDIO ENTRE ÍNDIOS GUARANI-KAIOWÁ É ATÉ 12 VEZES MAIOR QUE A MÉDIA NACIONAL

Fonte foto: fotospublicas.com




Redação greenMe

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