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Pesquisas recentes estimam que comemos 5 gramas de micro e nanoplástico por semana, o equivalente a um cartão de crédito. Quais são os riscos dessa ingestão química para a nossa saúde?
Acredita-se que em 1907 fora criado o primeiro plástico propriamente dito. O material revolucionário na época, hoje é um dos maiores problemas ambientais que existem.
O plástico é um material onipresente. Está em tudo (nas roupas, nas embalagens, nos cosméticos, etc).
Acredita-se que mais de 8,3 bilhões de toneladas de plástico foram produzidas desde a década de 1950, 79% das quais acabaram em aterros sanitários e no ambiente natural.
Jogado no ambiente, ele tenta se decompor e se fragmenta em microplástico (entre 0,001 e 5 milímetros de tamanho) e em nanoplástico (menos de 0,001 milímetro).
Estas medidas são pequenas o suficiente para que o plástico consiga chegar nos lugares mais remotos da Terra através da contaminação do ar, do solo e da água.
Uma vez presente no ambiente, ele adentra em nosso corpo, chegando nas profundidades de nossos pulmões através do ar que respiramos, e até em nosso sangue por mecanismos ainda desconhecidos.
O plástico se decompõe em pequeníssimas partículas, como vimos, e poluem ar, solo e água.
Acabamos por ingeri-lo
É muito simples! Basta você imaginar a seguinte situação: você abre um pacote de macarrão ou de biscoito. Ao abrir a embalagem plástica, minúsculas partículas podem infetar o alimento sem que possamos ver.
Pois é essa a pergunta mais importante a se fazer agora, dado que o plástico foi detectado em todo lugar.
Os riscos que o nano e o microplástico podem causar à saúde humana ainda são desconhecidos, embora estejam investigando cada vez mais esse problema, há muita coisa ainda a ser descoberta.
A Universidade Médica de Viena publicou recentemente um estudo na revista Exposure & Health, no qual resume o que se sabe até agora sobre a exposição por plástico e os riscos à saúde.
O estudo sugere que as partículas ingeridas passam pelo trato gastrointestinal e levam à mudanças na composição do microbioma intestinal.
Essas alterações estão ligadas a doenças metabólicas como obesidade, diabetes e doença hepática crônica.
Além dos efeitos no microbioma intestinal, os cientistas também sugerem que, principalmente os nanoplásticos, estão associados a processos bioquímicos crucialmente relacionados à carcinogênese.
“As partículas podem desencadear inflamação local e resposta imune, e os nanoplásticos, em particular, podem desencadear vias químicas envolvidas na formação do câncer”, diz o estudo.
Os potenciais efeitos adversos causados pelo nano e microplástico à saúde podem ser particularmente impactantes para pessoas com doenças crônicas:
“É mais provável que um intestino saudável evite o risco à saúde. Mas mudanças locais no trato gastrointestinal, como aquelas presentes em doenças crônicas ou mesmo estresse negativo, podem torná-los suscetíveis aos efeitos nocivos dos micro e nanoplásticos”, diz Lukas Kenner, um dos autores do novo estudo.
Bom, nós estamos até cansados de repetir sempre a mesma história: o plástico é uma praga que precisa ser combatida com a urgência que merece, dada a gravidade que representa.
Mas até agora, dos governos, é só blábláblá.
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Categorias: Lixo
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