Europa proíbe mas poluição por plástico já é quase irreversível, diz estudo


Embora frequentemente apareçam notícias de que esse ou aquele país está proibindo o uso do plástico descartável, a verdade é que existe uma diferença enorme entre o proibir e o cumprir.

No último sábado, dia 03, a União Europeia publicou a Diretiva 2019/904 do Parlamento e do Conselho Europeu proibindo produtos descartáveis de plástico como canudos, cotonetes, pratos, talheres, mexedores e varinhas para balões, além de recipientes para alimentos e bebidas feitos com poliestireno expandido (isopor).

Outros produtos serão tolerados mas responsabilizados pelos seus próprios fabricantes a respeito do descarte e da conscientização sobre o abuso.

Parece ótimo, mas alguns países como Portugal e Espanha,  já vão logo avisando que não vai ser para ontem porque a questão envolve legislações locais, o que fazer com os produtos já fabricados e uma série de outros empecilhos para que a diretiva seja aplicada da maneira mais rápida possível.

Além disso, ambientalistas protestam que a nova lei, apesar de ser um avanço, é um apenas um pequeno e tímido passo em direção a um problema grande quanto a própria Terra.

O documento não é ambicioso o suficiente e apresenta algumas falhas, por exemplo, proíbe o plástico mas permite a sua substituição por outros materiais descartáveis e poluentes, como informa o Euronews. 

Enquanto isso, apensar das boas notícias, o planeta segue morrendo sufocado no plástico e a “doença” é quase irreversível.

Impressionante! É como se a pandemia tivesse colocado o planeta na UTI dos respiradores, enquanto combatemos um vírus com mais plástico: máscaras, seringas e um monte de outros materiais hospitalares que não sabem para aonde ir.

Irreversível

A situação chegou ao ponto do não retorno, ou quase, se as coisas não mudarem para ontem.

Um estudo recentemente divulgado pelo DW Brasil, estima que a poluição anual por lixo plástico pode quase dobrar de 2016 a 2025. Se isso acontecer, não vai ter volta!

O estudo foi realizado por pesquisadores da Alemanha, Suécia e Noruega e foi publicado na Science

Nele, as principais questões levantadas foram o preocupante alcance do plástico em áreas remotas da Terra, a questão do resgate das emissões de CO2 pelos mares e oceanos (que o plástico está dificultando ou impedindo), a grande dificuldade do plástico ser reciclado e o já conhecido e divulgado danos ambientais à biodiversidade causados seja pelo plástico em si, que pelo microplástico e pelos produtos tóxicos que ele solta no ambiente durante sua longa decomposição.

As pessoas acham que fazer a coleta seletiva do lixo ajuda. De fato ajuda mas é muito pouco, muito pouco mesmo porque o problema é que apenas uma quantidade ínfima de plástico pode ser reciclada.

Para não repetir mais do mesmo e deixar opções para quem quiser se aprofundar sobre o tema, deixamos esses links:

Voltando ao estudo, o que se conclui é o obvio ululante: estamos ao ponto de não ter mais como voltar atrás.

O custo de ignorar o acúmulo de poluição persistente de plástico no meio ambiente pode ser enorme. A coisa racional a fazer é agir o mais rápido possível para reduzir as emissões de plástico para o meio ambiente”, diz Matthew MacLeod, professor da Universidade de Estocolmo e principal autor do estudo.

Vamos acordar enquanto é tempo mas infelizmente, por mais que as pessoas se empenhem em suas lutas diárias, aqui é preciso ação dos tomadores de decisão e em nível global. O poder do cidadão está mais como consumidor porque como disse o Yuval Noah Harari, hoje, deus é o dinheiro.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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