Prêmio Lixo Zero para Diego Saldanha que retirou 2 toneladas de lixo do rio


Embora, às vezes, percamos a fé na humanidade, acontecem ações que fazem a gente voltar a crer que há muita gente boa neste mundo!

É o caso de Diego Saldanha, de 32 anos, que criou uma ecobarreira no Rio Atuba, em Curitiba. Essa barreira consiste em balões de água com capacidade para 50 litros envolvidos em uma rede de proteção. Tal instrumento capta o lixo flutuante despejado no rio.

Todos os dias, Diego faz a limpeza do Atuba em dois turnos. Ele calcula já ter tirado da água do rio cerca de duas toneladas de lixo, desde 2017, quando ele pôs em prática a ecobarreira.

Segundo o ativista ambiental: “Os mais comuns são garrafas pet, latas de bebida, garrafa de vidro, muita sacola de lixo. Mas também aparece muita coisa inusitada, que deixo até separado no Museu do Lixo. São coisas como fogão, máquina de lavar, bebê conforto, lâmpadas, lata de solvente, tinta, brinquedos. Quando criança eu brincava no rio, pescava, nadava. Tenho dois filhos e isso não é possível mais. Aí surgiu a ideia (de criar a Ecobarreira)”.

Dentre os materiais mais comuns recolhidos por Diego estão:

• sacolas plásticas;

• garrafas pet;

• embalagens plásticas de vários tipos de produtos;

• capacete;

• fogão;

• bolas;

• máquina de lavar;

• sofá;

• cadeira infantil para automóveis;

• tubos de imagem de televisores antigos;

• aquecedor elétrico;

• bonecas, entre outros.

A atitude de Diego foi premiada pelo evento Lixo Zero, organizado pelo movimento que leva o mesmo nome. A ecobarreira concorreu com mais 17 projetos, mas, por votação popular, ela foi a mais votada, informa o Bem Paraná.

Como tudo começou…

Diego se inspirou em um projeto de Porto Alegre para fazer a ecobarreira em sua cidade natal.

“Na época, conversei com os idealizadores, que gastaram R$ 250 mil. Não tinha nem R$ 250. Adaptei para minha realidade e tive a ideia de fazer tudo com material reciclável”, explica Diego.

Aos poucos, foi economizando dinheiro até conseguir R$ 1 mil para a construção da ecobarreira. No início, ele utilizou galões de 20 litros, até conseguir substituí-los pelos atuais.

“Qualquer pessoa pode fazer, basta ter comprometimento, vontade de fazer e gostar do trabalho. É um compromisso. Usei galões recicláveis e redes de proteção, dessas que vemos muito em sacadas de prédio. Amarrei coredas de um ao outro lado do rio e faço a limpeza de acordo com a demanda”, destaca o ativista.

O projeto exitoso acabou inspirando outras pessoas. Em Blumenau (SC), Itaí (SP) e Araucária (na RMC) há pessoas interessadas em replicar a ecobarreira. Diego também contribuiu para a implementação de outra ecobarreira no Rio Belém, em Curitiba, junto com uma empresa local responsável pela limpeza da água fluvial.

Diego não apenas realiza a limpeza do Rio Atuba como também recebe visita de escolas e interessados em conhecer o seu trabalho através de visitas agendadas. Além de todo esse trabalho, criou o Museu do Lixo com o material recolhido na limpeza diária que realiza.

O trabalho de Diego é voluntário e, por isso, ele recebe doações financeiras para seguir com a atividade de limpeza do rio e com a manutenção da ecobarreira. Se você puder ajudar, entre em contato com ele pelo telefone (41) 99950-3974.

A iniciativa a de Diego nos ensina a necessidade de preservar a natureza. A gente torce para que esse exemplo atinja, principalmente, aqueles que jogam lixo nos rios.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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