No começo de abril deste ano, a prefeitura de São Paulo lançou o novo Plano Municipal de Resíduos Sólidos. O plano tem a seguinte meta: conseguir reciclar 10% de todo o lixo produzido na cidade até 2016; levar a coleta seletiva à todos os bairros e estimular a produção de adubo a partir do lixo orgânico. O percentual que o novo plano pretende alcançar não é dos mais altos mas já é bastante superior ao atual, de apenas 1,8%.
A medida adotada em São Paulo faz parte da adequação à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) de 2010. A lei federal trouxe propostas como a logística reversa e o fim dos lixões. A PNRS é um dos instrumentos mais importantes para permitir os avanços necessários ao país na resolução do principal problema ambiental, social e econômico: o lixo.
A política estabelece o município como principal gestor dos resíduos sólidos e atribui o manejo dos resíduos sólidos domiciliares e do serviço de limpeza urbana gerados à administração pública municipal. Apenas 3% dos resíduos sólidos produzidos nas cidades brasileiras são reciclados, e o reaproveitamento desse pequeno volume só é viabilizado pelo esforço de catadores e cooperativas. Ou seja, apesar de leis incentivando a reciclagem, há muito por fazer.
Atualmente a cidade de São Paulo gera 1,4 mil toneladas diárias de resíduos irrecuperáveis, 3,6 mil toneladas diárias de resíduos secos e 5,35 mil toneladas diárias de resíduos orgânicos. Do ponto de vista quantitativo, a geração média per capita de resíduos domiciliares em São Paulo em 2012 foi de 1,1 quilo por habitante por dia. A nova política municipal promete aumentar a circulação de caminhões de coleta seletiva, que hoje atendem apenas 42% dos domicílios da cidade, e trocar o modelo de pequenas cooperativas por grandes centrais mecanizadas de triagem. Com as centrais, as vendas serão unificadas e o dinheiro obtido irá para um fundo comum, gerido por um conselho. Outra proposta do novo Plano Municipal é criar estruturas de logística reversa, nas quais as empresas podem aderir e investir nessas estruturas.
Apesar da adequada estratégia adotada pela prefeitura de São Paulo, há muitos desafios e o principal é convencer a população a participar e as empresas a cooperarem. A maior dificuldade é integrar a sociedade, empresa e gestão pública a fim de aumentar a porcentagem reciclada e atingir os objetivos da nova política.
Para criar esse vínculo participativo, a educação ambiental será o instrumento essencial para implantar as mudanças e transformações necessárias na geração, gestão e manejo dos resíduos sólidos.
O Plano Municipal de Resíduos Sólidos de São Paulo traçou metas até 2034. Até lá a expectativa é que o reaproveitamento dos resíduos atinja 70%.
E você? está pronto para separar o seu lixo, já o faz ou acha que este plano não vai dar certo no Brasil?
Categorias: Informar-se, Lixo
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