Um mundo melhor é possível? Artistas assinam manifesto por “novo sistema”

A pandemia do novo coronavírus, para além das questões geopolíticas, expôs como o ser humano vem maltratando a natureza, que parece ter se insurgindo contra nós como um mecanismo de defesa para se reequilibrar.

A organização das sociedades capitalistas, que extraem da natureza seus recursos de forma extenuante, mostrou seu esgotamento com a pandemia. Inconformados com isso, artistas assinaram um manifesto em defesa de um novo sistema socioeconômico a ser construído pelo mundo pós-pandemia.

Mudança radical

Segundo o Brasil de Fato, mais de 200 personalidades internacionais, encabeçadas pela atriz francesa Juliette Binoche e pelo filósofo francês Aurélien Barrau, defendem uma radical mudança nas nossas relações de consumo.

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O manifesto, que foi publicado no jornal Le Monde, é endossado por artistas como Madonna, Cate Blanchett, Ricky Martin, Iggy Pop, Penélope Cruz, Robert De Niro, Javier Bardem, Ricardo Darín, Pedro Almodóvar, Joaquin Phoenix, pelo Prêmio Nobel da Paz Muhammad Yunus, pela filósofa ecofeminista Vandana Shiva, pela jornalista e escritora Naomi Klein, importantes vozes anticapitalistas e tantas outras.

O texto denuncia que a pandemia de Covid-19 está relacionada com a crise ecológica e sugere que é necessário um “compromisso maciço e determinado” para que a encaremos de frente:

“A pandemia da Covid-19 é uma tragédia, uma crise que, no entanto, nos convida a enfrentar algumas questões essenciais (…) A catástrofe ecológica em curso faz parte de uma ‘meta-crise’ porque o consumismo nos levou a negar a própria vida: a dos vegetais, a dos animais e aquela de um grande número de humanos. A poluição, o aquecimento e a destruição dos espaços naturais levam o mundo a um ponto de ruptura”.

O apelo é para que nós façamos uma revisão profunda de “objetivos, valores e economias” que edificaram nossas relações com o mundo (até o momento), que entrou em colapso.

“Nos parece inimaginável ‘voltar à normalidade’. […]. O balanço é simples, pois os ‘ajustes’ já não são suficientes. O problema é sistêmico”, diz o manifesto.

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