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Uma pequena empresa, a Brasil Ozônio, faz, inventa e acontece aplicando tecnologia ambientalmente saudável para a recuperação de água, Tecnologia (Cietec) em parceria com a Universidade de São Paulo (USP). Sua principal matéria prima, fora as boas idéias, vem do ar que respiramos.
A empresa desenvolve, fabrica e instala soluções em processos de tratamento, sanitização, esterilização e oxidação, customizadas para as mais diversas aplicações, processos e peculiaridades. Hoje, com duas fábricas no próprio Cietec e mais de 1.000 instalações, ela já é reconhecida no mundo inteiro. A Brasil Ozônio aponta já para o mercado externo com sucesso, exportando para Peru e Argentina e planeja ampliar sua rede pela participação em missão comercial na Califórnia, na ultima semana de maio e primeira semana de junho, oportunidade conquistada este ano após a participação da empresa num evento anual de empresas com foco em inovação.Este evento criado pela Agência Brasileira de Promoção e Exportações e Investimentos (Apex) em parceria com o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGVces), consiste em uma série de encontros para discussão de assuntos relacionados à inovação.
As aplicações do ozônio são inúmeras, tanto na indústria de alimentos e pesca, em processos de sanitização, como na higienização de ambientes ou de instrumentos hospitalares
No entanto, um dos projetos de maior destaque atualmente, é a limpeza de água contaminada no entorno de minas. Como conta Samy Menasce, engenheiro e administrador da Brasil Ozônio, na entrevista cedida à Agência USP de Notícias: “Em Minas Gerais, na região de Poços de Caldas, ‘criamos’ a primeira mina de manganês do Brasil”, afirma o empreendedor com orgulho. Isso porque, entre 1982 e 1995, permaneceu ativa a primeira mina de urânio do País que abasteceu os reatores de Angra 1 e 2, contaminando com metais pesados, em especial, o manganês, toda a água ao redor. Em julho de 2013, a Brasil Ozônio passou a trabalhar com apoio da Fundação Pátria da Marinha e do Fundo Tecnológico (BNDES Funtec) para aplicar uma solução à área. Utilizando o ozônio para reagir com os metais, em especial o manganês, a iniciativa promoveu a decantação dos poluentes. A técnica recuperou a água, liberando oxigênio, não deixando lama e permitindo que os metais decantados possam ser vendidos. “O método anterior para conter a contaminação era o uso do óxido de cálcio (a cal)”, explica Menasce. “Mas isso não resolvia, apenas afundava os metais e secava a água no local. Hoje conseguimos economizar 85% a 90% da cal utilizada, o que também é um ganho para o meio ambiente”, pontua ele. São ao todo 12 pesquisadores, a maioria da USP, em geral doutorandos e a equipe do próprio Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (Ipen), que trabalham para concluir o projeto.
A experiência em Poços de Caldas gerou oportunidades para o uso da técnica em minas de carvão e outros metais que geram a chamada drenagem ácida, um problema ainda sem solução definitiva. Em Criciúma, Santa Catarina, cidade com o maior número de minas de carvão do País, a Brasil Ozônio também foi convocada para auxiliar no tratamento das reservas de água contaminada. Foram criados laboratórios em quatro contêineres que higienizam as reservas ao redor das minas com ozônio, somando esforços com um processo químico e físico que devolve a água limpa para o meio ambiente. Além da empresa, a Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) também participa do projeto para encontrar formas de lidar com os rios mortos da região de Criciúma. “Todo o ativo vai para a universidade no final do projeto”, salienta Menasce.
As aplicações da tecnologia criada pela Brasil Ozônio são inovadoras na busca de solução para os mais variados problemas. Na bovinocultura, por exemplo, faz-se a limpeza do gado por um banho de ozônio, causando a queda dos carrapatos e impedindo uma nova infestação. O ozônio age como germicida não afetando nem a vaca nem o leite, ao contrário dos produtos pesticidas veterinários usados em lavagens comuns.
Quanto à sua aplicação na agricultura, a Brasil Ozônio sonha e busca, através de aplicações de ozônio, derrocar o uso de agrotóxicos. Com esse fim já têm experiência teste pontuais em safras de maracujá e tomate, e em breve, também na produção do café.
Já são inúmeros os usos do ozônio como sanitizante de produção agrícola, especialmente em horticultura e fruticultura mas, também é importante sua utilização em qualquer etapa da cadeia produtiva de alimentos, como alternativa ambientalmente saudável para os saneantes químicos, sendo muito eficiente no controle microbiano em temperatura ambiente.
Como costumamos dizer: este é o Brasil que queremos 🙂
Fonte foto: freeimages.com
Categorias: Green Economy, Informar-se
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